As três facetas de Leonardo Menezes em Goianésia: União Brasil, PSDB e agora PL
Leonardo Menezes, prestes a disputar reeleição, causou confusão ao deixar o ninho dos tucanos para filiar-se ao PL de Jair Bolsonaro
Por: Yago Sales
O prefeito de Goianésia Leonardo Menezes tumultuou o cenário político-eleitoral do município ao deixar, sem mais nem menos, o PSDB (de Marconi Perillo) e filiar-se ao Partido Liberal (de Jair Messias Bolsonaro). Menezes entregou-se ao tucanato em 24 de outubro do ano passado, depois de dizer que havia sido “escorraçado” do seu partido, no caso, o União Brasil (do governador Ronaldo Caiado), com o qual ele foi eleito. Aliás, ele foi eleito pelo DEM – agora UB, após junção do DEM com o PSL.
Naquele 24 de outubro Marconi Perillo era só felicidade. Ainda não havia se tornado o presidente nacional do PSDB e estava afoito pela reconstrução do ninho da sigla em Goiás que, como todo o país, tem passado por dificuldades. “Fui escorraçado do meu partido – União Brasil – e fui recebido de braços abertos pelo PSDB”, disse Leonardo Menezes à época, no discurso.
Imaginando que o partido teria, às mãos, um prefeito reeleito em 2024, Marconi, entusiasmado, o elogiou: “O Leozão está fazendo um grande trabalho na prefeitura e com certeza vai fazer muito mais. O PSDB recebe você de braços abertos, vamos caminhar juntos”.
Dia 6 de abril, no entanto, o prefeito, de uma hora para outra, pegou todo o tucano de surpresa. Desfiliou-se do PSDB e correu aos braços do PL do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. Talvez por entender que a região, com predominância do agronegócio, estivesse mais relacionada com a sigla bolsonarista.
Ligado ao então presidente do PSDB, o ex-deputado Hélio de Sousa, a escapulida do chefe do executivo causou transtorno à executiva da legenda. Marconi não quis nem saber. Ordenou que o partido lançasse um candidato na cidade de uma forma ou de outra. Sousa saiu da sigla – ou ‘foi saído’ sic. Marconi colocou como ‘interventor’, o deputado estadual Gustavo Sebba.
A informação que circulou é que o prefeito foi convencido pelo ex-prefeito Otavinho Lage (por dois mandatos e pelo PSDB, de Perillo) para deixar a sigla e seguir para o PL. A troca partidária também fazia parte de uma das estratégias do presidente estadual do PL, o senador Wilder Morais, que, sob a benção de Jair Messias Bolsonaro – que manda mais na legenda do que o próprio presidente Valdemar Costa Neto -, foi em busca do prefeito.
Marconi quer um nome da sigla na cidade, o que, conforme apurado pela reportagem, ainda não foi definido. Por enquanto. Há quem diga que este candidato pode ser uma pedra no sapato do mandatário que busca reeleição. Afinal, a cidade é um dos pontos fortes do tucanato.
Outro nome que deve aparecer com força e com apoio do Palácio das Esmeraldas, principalmente o próprio governador Ronaldo Caiado, é o do deputado estadual Renato de Castro (União Brasil). Ex-prefeito, é um dos mais bem avaliados ex-mandatários do município.
Leozão, como é conhecido o prefeito na cidade, apoiou, na eleição de 2022, numa prática de adoração a dois deuses, Caiado à reeleição – Leonardo era filiado ao União Brasil – e Marconi Perillo à única vaga ao Senado Federal. Santinhos com ambos percorreram a cidade e região. Causou estranheza.