Não temos uma instituição que nos preserve, afirma o Pedro Paulo

Advogado Pedro Paulo Medeiros é um dos postulantes à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Goiás (OAB-GO)

Postado em: 20-11-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Advogado Pedro Paulo Medeiros é um dos postulantes à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Goiás (OAB-GO)

Lucas de Godoi

O advogado criminalista Pedro Paulo Medeiros é um dos postulantes à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Goiás (OAB-GO) e apresentou cinco propostas para encabeçar a defesa da advocacia em Goiás. Sabatinado por O Hoje, Medeiros falou da preocupaçã em incluir às mulheres advogadas em sua possível gestão, por compreender que é necessário dar espaço e voz igual. Ele também critica as recentes pesquisas de intenção de voto publicadas e diz que elas não correspondem com o desejo dos advogados que tem conversado pelo estado afora. Ainda na entrevista, rebate acusações de ter criado fake news e denuncia irregularidades na Escola Superior de Advocacia. 

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Na formação da sua chapa houve uma preocupação com a representatividade feminina? 

Sem dúvidas, hoje em dia, qualquer gestor público, qualquer pessoa que tem interesse em representar uma coletividade deve reconhecer a importância que as mulheres têm, não por imposição legal ou cotas, mas por terem as mesmas condições e espaços que os homens têm. Então é natural que em cargos de gestão também estejam presentes. A nossa chapa tem aproximadamente metade dos cargos de direção compostos por mulheres advogadas. Nós queremos sim dar às mulheres o espaço nos cargos de gestão da OAB para que isso também influencie no mercado de trabalho e que possamos e que não demore ter logo uma presidente mulher na OAB. E por isso estamos abrindo este espaço para as advogadas mulheres. As mulheres são metade na advocacia no Brasil, metade da advocacia em Goiás então é natural que componham metade da nossa chapa. 

Você é crítico da atual gestão da OAB, pelo que o senhor chama de “panelocracia”. A atual gestão diz que o senhor está produzindo fake news. Qual a avaliação sobre este tema? 

Toda vez que alguém é confrontado por alguma verdade que incomoda a primeira saída é chamar aquilo de fake news. Fake News são mentiras. E em nenhum momento ele provou para a advocacia do estado de Goiás que é mentira que a chapa que ele montou é uma chapa da panela, da familiocracia, da elite que só tem filhos e pais, amigos e sócios dos mesmos escritórios. 

Na campanha são feitas alianças e é natural que se há êxito, essas pessoas venham a fazer parte da administração. Em uma eventual gestão sua, qual a garantia que você dá que não existirá este tipo de relação?

A gestão que pretendemos implementar no dia primeiro de janeiro é a mesma que fizemos desde o começo do ano em torno da advocacia do estado de Goiás. Nós ouvimos os advogados do interior e da capital e todos aqueles que quiseram participar da nova OAB tiveram seu espaço e hoje compõe a nossa chapa. Não por acaso a nova OAB é a inovação. É a oxigenação que 75% dos candidatos da nova OAB nunca participaram de nenhum cargo eletivo na Ordem. Queremos abrir espaço a todos e não apenas a um pequeno grupo ou a uma pequena elite.

Quais são as principais demandas hoje da advocacia e quais são as principais propostas que o senhor defende?

O que tenho ouvido é a falta de respeito para a nossa profissão, pois não temos uma instituição que nos preserve e que fale por nós com respeito, ela própria não se dá ao respeito. Nossas principais propostas se dão em base de cinco pilares principais, não por acaso é esse o número da nossa chapa. Retornar o respeito da advocacia do estado de Goiás; Dar espaço, voz e vez, para as mulheres advogadas; Daremos voz e vez para advogados em início de carreira, propondo a gratuidade dos escritórios compartilhados e cursos da escola superior de advocacia, além de trabalhar junto à Assembléia para que a execução de honorários advocatícios não tenha custos, o estabelecimento de um piso salarial para a advocacia em início de carreira e um desconto de 99% para os advogados nos três primeiros anos não tenham que pagar a anuidade sem que isso saia do bolso dos mais antigos, cortando gastos com publicidade excessiva. E finalmente vamos fazer com que as cláusulas de barreiras que impedem que novos advogados possam concorrer às eleições caiam junto ao congresso nacional.

O nosso quarto pilar quer dar voz e vez para os advogados do interior, para que eles possam ter autonomia financeira e administrativa para que possam selecionar seus delegados e que possam gerir seus recursos financeiros, para isso o vice-presidente da OAB é o atual presidente da subseção de Anápolis. E o quinto pilar é a defesa das prerrogativas, eu pretendo implementar em Goiás o que fiz quando fui procurador nacional das prerrogativas da OAB nacional. Quero descentralizar, levando as prerrogativas para o interior e transformar as comissões em 24 horas todos os dias da semana. 

Você citou em suas propostas o desconto para os novos advogados retirando verbas da publicidade. É possível concluir essa proposta em uma eventual gestão?

Essa medida é inclusiva, se você reconhece a dificuldade que a advocacia em início de carreira tem, nos diz, não conseguimos pagar anuidade quando entramos na advocacia. Portanto se temos essa sensibilidade de reconhecer essa necessidade é certo que vamos implementar sim. Os descontos já acontecem, não é nada novo, inclusive são feitas na atual gestão, nós só iremos aumentar a esse desconto de 50% para 99%.

O senhor mencionou que a Escola Superior de Advocacia (ESA) e anteriormente tinha dito que há irregularidades. Quais são e como pretende tratá-las?

Recebemos informações que os cursos oferecidos pela ESA não tem conformidade com as regras do MEC. Importante salientar que essas informações e documentos que recebemos e disponibilizamos é a CPI na Assembléia de Goiás que investiga que os cursos do ESA são ilegais. 

Segundo as pesquisas você está ocupa o segundo lugar atrás da atual gestão. De que forma você percebe esses números? 

Posso me pronunciar sobre as pesquisas que já veicularam em jornal, como por óbvio uma matéria paga, uma pesquisa paga e que não é verdadeira. Mesma equipe e pesquisa que foi feita em 2015 que deu como ganha uma chapa que ficou muito atrás. Nós sabemos que há empresas que se pagam, vão dar pesquisa do jeito que você quer. Eles resolveram dar essa pesquisa porque viram o crescimento da “Nova OAB” e que será a chapa vitoriosa. Para acalmar a militância, compraram essa pesquisa.  

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