Caiado afirmou que promoverá uma reforma administrativa no Estado

O governador eleito pretende recriar as secretarias de Agricultura, Cultura e Esportes, além de reduzir o número de comissionados

Postado em: 21-11-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O governador eleito pretende recriar as secretarias de Agricultura, Cultura e Esportes, além de reduzir o número de comissionados

Raphael Bezerra*

O governador eleito Ronaldo Caiado (Dem) confirmou, durante entrevista nesta terça-feira (20) que promoverá uma ampla reforma administrativa no Estado, com objetivo de aumentar eficiência e cortar gastos em todos os âmbitos do governo. Segundo ele, o intuito é manter o número de secretarias atuais (17), mas desmembrando aquelas consideradas fundamentais, como Agricultura, Cultura e Esporte, e extinguindo as extraordinárias.

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“Não farei fusão [de pastas importantes], que é mera maquiagem e só produz ineficiência. Sentarei com cada secretário e farei uma avaliação de 30 em 30 dias, cobrando suas metas e resultados para ninguém dar desculpas”, explicou. 

No que diz respeito aos cargos comissionados, Caiado assegurou que não cometerá injustiças e analisará quais são fundamentais para a administração e quais são meras acomodações políticas. “Vou cortar despesas, darei um bom exemplo como governador. Vou cortar na carne, aliás, no osso, para dizer que nesse momento grave seremos modelo. Não tomarei atitude intempestiva, marqueteira, nada que seja promocional, farei com respeito e ao mesmo tempo avaliando todas as secretarias”, completou. 

Um mês e meio após a eleição, o democrata ainda não anunciou oficialmente nenhum nome do secretariado. Isso por que, para ele, é preciso concluir o detalhado levantamento da real situação do Estado. A expectativa é que os nomes comecem a ser anunciados no começo de dezembro.

Avaliação econômica

Em crise grave fiscal, Goiás deve fechar o ano de 2017 com rombo acima de R$ 3 bilhões e a atual administração tucana já atrasa salários dos servidores públicos. 

“A idade nos ensina temos que ter humildade de ouvir, quanto mais se ouve, melhor. Tive a oportunidade de ganhar no primeiro turno, por isso estou fazendo uma análise minuciosa, ouvindo boas cabeças dentro e fora de Goiás. É preciso lembrar que há regras a se seguir, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, o Teto de Gastos, tudo isso deve ser levado em conta”, argumentou. 

É justamente levando em conta a nova realidade a ser seguida por gestores municipais,  estaduais e pela própria Presidência da República, que Caiado tem se reunido periodicamente com os futuros ministros do presidente Jair Bolsonaro (PSL). 

“Há uma realidade que não é tão fria quanto a letra da lei. Estamos tratando de servidores que trabalharam e que não têm acesso ao salário, no período de Natal e janeiro, que há matriculas dos filhos, essa realidade deve ser levada em conta. Governadores eleitos precisam de amparo, não é simplesmente fazer concessões, é um gesto humanitário. Goiás está insustentável, e temos que encontrar uma alternativa temporária”, destacou. 

O governador eleito insistiu que não dá para simplesmente lavar as mãos e não honrar com a folha de pagamento do funcionalismo, com o pagamento das organizações sociais dos hospitais, as tornozeleiras dos presos do semiaberto, as bolsas pagas às faculdades, ou seja, dizer “sinto muito, não tenho como pagar as contas”: “Estamos buscando alternativas junto ao governo federal. A União pode emitir títulos, ampliar o déficit orçamentário, enfim, há muito a se fazer”.

Incentivos 

Ainda durante a entrevista, Ronaldo Caiado confirmou que está desenvolvendo uma proposta alternativa à enviada pelo atual governo no que diz respeito à convalidação dos incentivos fiscais concedidos pelo Estado à iniciativa privada. 

De acordo com o democrata, o texto está sendo discutido junto à Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial) e aos deputados estaduais eleitos e os da atual legislatura. 

“Não posso perder tempo, temos que discutir o assunto na hora certa, que é agora. A progressão para julho [convalidação], que será votada ainda em 2017, não quer dizer que estamos isentos de discuti-la. Já os procurei [empresários e parlamentares], continuarei conversando com todos. Quero ouvir sugestões, discutir. Há uma proposta da nossa parte”, explicou.

A principal preocupação do próximo governador é que o texto enviado pela atual administração mantém uma prática já condenada pelo Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO): a de renúncia fiscal, com falta de transparência na concessão dos benefícios. 

“Já me reuni com quase todos os deputados, estou discutindo abertamente, dizendo a todos que minha origem é o Legislativo, conheço bem e valorizo as Casas de Lei. O que quero é ter uma Assembleia que compartilhe as dificuldades do Executivo, não vai haver submissão, teremos diálogos abertos. Discutindo junto a eles todos os projetos importantes para Goiás, como a dos incentivos fiscais”, arrematou. (*Especial para O Hoje)

Novo Ministro da Saúde destaca projeto de Caiado para o País 

Raphael Bezerra*

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou, nesta terça-feira (20) o deputado federal Henrique Mandetta (DEM-MS) como próximo ministro da Saúde. A reunião que formalizou a escolha foi realizada em Brasília e contou com a presença de representantes da área na Câmara Federal e diversas entidades representativas. O nome de Mandetta foi defendido e avalizado pelo governador eleito de Goiás, Ronaldo Caiado, e o futuro chefe da Casa Civil, OnyxLorenzoni (ambos do Democratas). “Quero dar a satisfação a todos de que a saúde tem jeito, com apoio os mais variados de entidades e partidos políticos”, disse Caiado.

Durante a reunião, o novo ministro chegou a afirmar que Caiado é “um dos maiores nomes da medicina” do Brasil e agradeceu o apoio recebido. “Estamos aqui como soldados para encontrar o melhor caminho para enfrentar os desafios da área”, acrescentou.

Em seu discurso, o governador eleito de Goiás afirmou que Bolsonaro acertou na escolha e que Mandetta é “especial”. “Conhece a saúde pública, sabe tomar decisões, está preparado e tem apoio de todos os segmentos da Saúde do Brasil. Tenho certeza que o senhor presidente verá uma grande mudança na política de Saúde. Estamos no caminho certo“, argumentou. 

O presidente Jair Bolsonaro relembrou o atentado que sofreu em Juiz de Fora (MG) e agradeceu o atendimento médico recebido na Santa Casa da cidade. “Quis o destino que as urnas me dessem essa missão. Desde o começo nosso propósito é governar com as pessoas de bem desse País. Assim estamos fazendo na escolha dos ministros”, discursou.

Mandetta

O deputado completa 54 anos de idade no próximo dia 30, ele é médico ortopedista formado pela Universidade Gama Filho. Especializado em Ortopedia pelo serviço de Ortopedia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul UFMS, e sub especialização em Ortopedia Infantil pelo ScottishRite Hospital for Children em Atlanta. Ele foi médico militar tenente no Hospital Geral do Exército e trabalhou na Santa Casa de Campo Grande

Questionado sobre o Programa Mais Médicos, que até o natal perderá mais de 8,5 mil médicos cubanos em todo o país, Mandetta afirmou que irá se reunir nos próximos dias com o atual ministro Gilberto Occhi, para discutir quais são as soluções imediatas.Mandetta afirmou que a entrada dos cubanos no programa foi uma “improvisação” e lembrou um projeto de Caiado que cria uma carreira de estado para os médicos, como existe por exemplo para juízes. A proposta é defendida por entidades do setor.

DEM fortalecido

Com a indicação do novo Ministro da Saúde anunciado na tarde desta terça feira (20), o Democratas sai com uma boa envergadura nas eleições de 2018. Com a indicação do novo Ministro da Saúde, o governo Bolsonaro já conta com 3 integrantes do Dem em sua base. O partido tem a chefia da Casa Civil, com OnyxLorenzoni (RS), e a Agricultura, com a deputada Tereza Cristina (MS). Na Câmara federal o Dem contará com 29 deputados, 2 governadores e 4 senadores da república. (* Especial para O Hoje)

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