MDB pode ficar fora da disputa em Goiânia após quase quatro décadas

Nome da base de Caiado é Sandro Mabel, mas a vice é disputada por grupo de Bruno Peixoto, que inclui Agir, Avante, PRD e PSB

Postado em: 29-04-2024 às 10h28
Por: Francisco Costa
Imagem Ilustrando a Notícia: MDB pode ficar fora da disputa em Goiânia após quase quatro décadas
O MDB até quer indicar o vice, mas existe uma forte articulação vinda da Assembleia Legislativa | Foto: Reprodução

O MDB é uma potência em Goiás e, possivelmente, o partido mais tradicional nas disputas em Goiânia. A legenda, contudo, pode ficar completamente fora da corrida pela prefeitura da capital, em 2024. Sem nome na cabeça de chapa e também sem vice.

Isto porque o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) anunciou o empresário e presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel (União Brasil), como pré-candidato da base caiadista. O MDB até quer indicar o vice, mas existe uma forte articulação do presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), deputado estadual Bruno Peixoto (União Brasil), para que isso não aconteça.

A Alego não quer o papel de mera coadjuvante nas eleições de 2024. Peixoto, que foi impedido de ser o pré-candidato da base, lidera um grupo com Agir, Avante, PRD e PSB. Se indicarem a vice de Mabel, o governo teria o apoio da Casa bem como a chegada de todas essas siglas ao projeto. Caso contrário, o grupo se veria livre para negociar com quem o valoriza. 

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Recentemente, diversos deputados se reuniram para falar sobre o assunto. O melhor: o grupo de Bruno não vê dificuldades em brigar por Luciene Peixoto, esposa de Bruno e filiada ao Avante. “Estaremos com Bruno nessa”, garantiu um dos consultados que acredita, inclusive, que nos 45 do segundo tempo o presidente da Casa pode ser “convocado” por Caiado a entrar na disputa. 

Como mostrado pelo Jornal O Hoje, na última semana, o governador não tem problema em esvaziar aliados, sobretudo o MDB. Além de Goiânia, o União Brasil também terá os cabeças de chapa das outras três maiores cidades da região metropolitana. 

Em Aparecida de Goiânia, por exemplo, o governador filiou Vilmar Mariano, que já estava no MDB, no União Brasil. O município vem de duas gestões de Maguito Vilela e duas de Gustavo Mendanha – que renunciou em 2022 para disputar o governo –, ambos eleitos como emedebistas.

Em Senador Canedo, o prefeito Fernando Pellozo deixou o PSD do padrinho político Vanderlan Cardoso e foi para o União Brasil. Já em Trindade, Marden Júnior, que foi eleito pelo Patriota (hoje PRD, após fusão com o PTB), também migrou para a legenda de Caiado. 

Goiânia

Goiânia é emblemática para o partido. Cidade governada por Iris Rezende em diversos momentos, desde o retorno das eleições, em 1985, tem candidatos na disputa. Naquele ano, Daniel Antônio foi eleito pelo partido. 

Já em 1988, foi a vez de Nion Albernaz levar o páreo, antes de migrar para o PSDB. Em 1992, o partido não levou, mas teve Sandro Mabel na disputa, assim como em 1996, quando Luiz Bittencourt ficou em segundo lugar.

Em 2000, Mauro Miranda chegou apenas na quarta posição, mas a legenda esteve no páreo. Já em 2004, foi a vez de Iris Rezende retornar, sendo reeleito em 2008. 

O emedebista histórico apoiou o petista Paulo Garcia, que foi vice dele, em 2012. Naquele momento, o vice era o hoje presidente do MDB metropolitano, Agenor Mariano. 

Iris Rezende ainda retorno em 2016 para seu último mandato em Goiânia. Em 2020, o ex-prefeito de Aparecida (e ex-governador, como Iris), Maguito Vilela, venceu as eleições pelo MDB. Ele faleceu em janeiro de 2021 e Rogério Cruz (Solidariedade) assumiu. 

Em 2024, existe a possibilidade do MDB não marcar presença no páreo. Daniel Vilela até tenta emplacar, mas vai depender de Caiado e Mabel, bem como dos demais aliados.

Filiados

O MDB ainda é o maior partido em filiados, em Goiás, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de 2023. São 115.508. Em seguida vem PSDB, com 69.179 filiados, e o PP, com 51.960. Depois aparece o União Brasil (51.530) e o PT (44.704).

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