Apoio de Bruno a Mabel é bem-vindo, mas MDB tem força pela vice
Presidente metropolitano lembra que partido tem 11 vereadores na capital, além de dois deputados estaduais com colégio eleitoral
Por: Francisco Costa
O grupo liderado pelos presidentes da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (União Brasil), e da Câmara de Goiânia, Romário Policarpo (PRD), declarou apoio ao pré-candidato caiadista ao Paço da capital, Sandro Mabel (União Brasil), e quer indicar a vice. Os emedebistas, contudo, veem o espaço como natural ao partido.
Presidente do MDB metropolitano, Agenor Mariano enaltece o apoio que vem pelo grupo formado pelos partidos Agir, Avante, PRD e PSB. Contudo, ele reforça a força e tradição do MDB, sobretudo em Goiânia.
“O fato do grupo do Bruno Peixoto apoiar o Sandro é muito bem-vindo e importante para aglutinar força política à base. Com relação a vice, é preciso entender a força eleitoral o MDB”, enaltece.
Ele lembra que o partido tem 11 vereadores na capital, além de dois deputados estaduais com colégio eleitoral em Goiânia. “Além do histórico de ter vencido as últimas cinco eleições na capital. Fora o legado de Iris Rezende e Maguito Vilela, que está bem vivo na memória do goianiense”, completa.
Nas últimas cinco eleições, o MDB esteve à frente da chapa em quatro delas, sendo três com Iris Rezende e uma com Maguito Vilela. Quando não foi o principal, foi vice. À época, Paulo Garcia (PT) liderou e teve, justamente, Agenor Mariano, como companheiro de chapa.
O vereador Henrique Alves (MDB) é presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal. Além disso, foi ex-presidente metropolitano da legenda e secretário na gestão Iris Rezende.
Ele diz esperar que ocorra uma conversa entre o grupo de Bruno Peixoto, Daniel Vilela e o governador Ronaldo Caiado (União Brasil). “De fato, o MDB não pode ser colocado de fora da chapa.”
Alves também lembra dos 11 vereadores na Câmara de Goiânia e reitera que o partido terá a chapa mais competitiva de parlamentares, neste ano. “Vai fazer a maior bancada”, diz e emenda: “É o partido com o maior número de filiados no Estado.”
Para o parlamentar, trata-se do partido mais bem estruturado em Goiás. Então, “tirar o MDB da discussão seria um erro muito grande do Mabel”, finaliza.
O Jornal O Hoje procurou o presidente estadual do partido, vice-governador Daniel Vilela, para comentar a situação. Da mesma forma, o veículo de comunicação tentou contato o deputado estadual Charles Bento (MDB), um dos nomes citados como possível vice na chapa. Não houve retorno até o fechamento.
Capital
Goiânia é emblemática para o partido. Cidade governada por Iris Rezende em diversos momentos, desde o retorno das eleições, em 1985, tem candidatos na disputa. Naquele ano, Daniel Antônio foi eleito pelo partido.
Já em 1988, foi a vez de Nion Albernaz levar o páreo, antes de migrar para o PSDB. Em 1992, o partido não levou, mas teve Sandro Mabel na disputa, assim como em 1996, quando Luiz Bittencourt ficou em segundo lugar.
Em 2000, Mauro Miranda chegou apenas na quarta posição, mas a legenda esteve no páreo. Já em 2004, foi a vez de Iris Rezende retornar, sendo reeleito em 2008.
O emedebista histórico apoiou o petista Paulo Garcia, que foi vice dele, em 2012. Naquele momento, o vice era o hoje presidente do MDB metropolitano, Agenor Mariano.
Iris Rezende ainda retorno em 2016 para seu último mandato em Goiânia. Em 2020, o ex-prefeito de Aparecida (e ex-governador, como Iris), Maguito Vilela, venceu as eleições pelo MDB. Ele faleceu em janeiro de 2021 e Rogério Cruz (Solidariedade) assumiu.
Em 2024, existe a possibilidade do MDB não marcar presença no páreo. Daniel Vilela até tenta emplacar, mas vai depender de Caiado e Mabel, bem como dos demais aliados.
Filiados
O MDB ainda é o maior partido em filiados, em Goiás, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de 2023. São 115.508. Em seguida vem PSDB, com 69.179 filiados, e o PP, com 51.960. Depois aparece o União Brasil (51.530) e o PT (44.704).