Encontro entre Lula e Pacheco para alinhar agendas permanece sem data definida
Pacheco cancela almoço com ministros do governo e deixa sem data um encontro com presidente Lula
Por: Tathyane Melo
Em meio aos recentes desentendimentos entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, e em um esforço para alinhar interesses entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), um encontro agendado entre os líderes dos Poderes Executivo e Legislativo permanece sem data definida.
O objetivo desse encontro é justamente alinhar as agendas e pautas de interesse do governo com as demandas do Legislativo. A expectativa inicial era de que a reunião ocorresse ainda nesta semana, conforme declarou o próprio Pacheco na última quinta-feira (25). Contudo, na última terça-feira (30), o senador cancelou um almoço agendado com os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), juntamente com os principais líderes do governo. Embora não tenha sido confirmada, havia uma expectativa de que Lula participasse desse encontro. Pacheco justificou sua ausência alegando “questões de agenda”.
Um dos principais pontos de atrito entre os Poderes está relacionado ao fato de o governo ter recorrido ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a desoneração da folha de pagamento de empresas e municípios. Essa decisão do governo de levar o tema à esfera judicial vai de encontro à vontade expressa pelo Parlamento.
Em declarações à imprensa, Pacheco afirmou, na tarde seguinte ao cancelamento do almoço, que o encontro com Lula “em algum momento” acontecerá, tentando minimizar os atritos recentes com o Executivo. Ele também assegurou que todas as divergências serão tratadas e resolvidas de forma individual.
Além disso, o presidente do Senado indicou que eventuais respostas ao Planalto não serão dadas por meio de projetos votados na Casa Legislativa. Posteriormente, durante a sessão do Senado que aprovou a continuidade do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), Pacheco presidiu a sessão que resultou na aprovação do projeto, mantendo o texto final conforme as preferências do governo, com um teto de R$ 15 bilhões até dezembro de 2026.
Após a aprovação do Perse, o ministro Haddad fez questão de expressar sua gratidão ao Congresso em entrevista coletiva em São Paulo, agradecendo nominalmente aos presidentes das duas casas legislativas pelo papel desempenhado na disciplina e na moralização do programa emergencial.
