Candidatos do UB querem usar avaliação de Caiado atrás de votos

Pré-candidatos tentarão vender a ideia de que suas gestões serão tocadas nos mesmos moldes do governo que conta, segundo último levantamento, com 86% de aprovação

Postado em: 02-05-2024 às 07h30
Por: Redação
Imagem Ilustrando a Notícia: Candidatos do UB querem usar avaliação de Caiado atrás de votos
Em Goiás, os pré-candidatos do União Brasil contam com intenções um tanto quanto parecidas para as eleições deste ano | Foto: Reprodução

Felipe Cardoso e Francisco Costa

Com o período eleitoral cada vez mais próximo, pré-candidatos de todo e qualquer partido começam a se movimentar não apenas em busca de alianças político-partidárias, mas também de olho nas estratégias com potencial de alavancá-los na disputa. Recentemente, a reportagem do O HOJE mostrou, inclusive, que, passado o período de filiações partidárias, os pré-candidatos têm concentrado esforços na escolha de bons marqueteiros. 

A tacada se justifica por saberem que uma condução estratégica e qualificada de uma campanha pode virar qualquer jogo. As apostas passam por diferentes cenários. Enquanto alguns nomes tendem a defender a ideias como a de que o eleitor deve escolher por alguém que esteja em sintonia com o Governo Federal para viabilização de recursos, outros vão na contramão ao ‘venderem’ a ideia de que as cidades precisam do que é novo, que flerte com a modernidade e, sobretudo, chegue para varrer aquilo que costumam chamar de ‘velha política’. 

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Em Goiás, os pré-candidatos do União Brasil contam com intenções um tanto quanto parecidas para as eleições deste ano. A ideia é que esses nomes, independentemente da cidade em disputa, ancorem a própria imagem na figura do governador Ronaldo Caiado (UB). A intenção por trás da estratégia é mostrar ao eleitor que caso terminem eleitos — ou reeleitos, em alguns casos — tocarão uma administração com um perfil ‘à la Caiado’ de governar. 

Isso porque as pesquisas revelam que o ‘jeitão’ do governo não só caiu no gosto popular como deu resultado. Em diversos setores, os indicadores apresentaram melhoras significativas. Consequentemente, o nome do governador alcançou aprovações minimamente invejáveis a qualquer concorrente. 

Em meados de abril, O HOJE mostrou que o governador tem 86% de aprovação entre os goianos e é o mais bem avaliado entre os cotados para disputar a presidência em 2026. A pesquisa Quaest aponta que Caiado é desaprovado por 12% dos eleitores do Estado.

A gestão foi considerada positiva por 70% e regular para 22%. Outros 6% classificaram como negativa. A segurança pública foi a área mais bem avaliada pelos entrevistados: 69% consideram as ações policiais positivas.

Além disso, a educação se mostrou forte. 67% dos eleitores consideram as ações para o segmento positivas. Emprego e renda seguem o ranking, com 62% de aprovação. Outro ponto é a percepção de melhoria em relação a outros estados, 74% dos eleitores acreditam que Goiás está melhor em relação a outros entes da federação.

Análise técnica

Para o cientista político e professor Guilherme Carvalho, a tendência do pré-candidato é tentar colar sua futura gestão ao estilo do atual governador. Especialmente por se tratar de uma administração bem avaliada.

“Governos bem avaliados, bem como com suporte de um palanque robusto, composto por deputados e senadores que compõem a base de apoio (e passam certa segurança de que trarão recursos para os municípios), tendem a criar uma espécie de um poder simbólico em que os candidatos tentam se colar”, avalia. 

Para ele, além de “tendência”, é uma explicação para tantos postulantes ao Paço — mesmo em cidades em que há mais de duas chapas com legendas da base — buscarem ser os “candidatos do governador”. Trindade, por exemplo, tem o prefeito Marden Júnior (União Brasil) como o nome natural do governo. Além disso, o PDT, que caminha com Caiado, pode lançar a pré-candidatura do deputado estadual George Morais.

E não só isso. Mesmo em Goiânia, onde Sandro Mabel (União Brasil) foi o escolhido, o prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) trabalhou até o último minuto para ser o nome, assim como outros. Conforme a fala de Guilherme, existe uma ideia de extensão da administração, quando um pré-candidato se cola ao nome do governador.

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