Os desafios de Caiado para alcançar a popularidade de Tarcísio de Freitas

Ambos herdam, cada vez mais contundentemente, o espólio político-eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro

Postado em: 03-05-2024 às 09h00
Por: Yago Sales
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Ambos herdam, cada vez mais contundentemente, o espólio político-eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro | Foto: Reprodução

Não é nenhuma novidade: o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) entrou no jogo – e, dependendo dele, evidentemente, para ganhar – da pré-candidatura à Presidência da República. O jornal O Hoje já publicou diversas análises. Nenhuma, como qualquer coisa relacionada à política, pretendeu surgir como definitiva. 

E nenhum dos repórteres do jornal – Felipe Cardoso (que é editor, inclusive), Francisco Costa, Gabriel Neves e Wilson Silvestre (titular da Coluna Xadrez) poderiam chegar ao consenso de qualquer a melhor fórmula, a partir de entrevistas que qualquer equipe de jornal faz diariamente, que Caiado deve se ocupar para alcançar a popularidade de um dos seus principais oponentes, pelo menos dentro da própria base de apoio, a centro-direita: o igualmente governador – mas de São Paulo – Tarcísio de Freitas. 

Ambos se tratam cordial e respeitosamente. Sabem que são os herdeiros direitos do espólio político-eleitoral do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. Afinal, foi Bolsonaro que conseguiu causar o maior estrago eleitoral no Partido dos Trabalhadores, lá em 2018, bom frisar, com efeitos devastadores mesmo na disputa em que Lula foi eleito – em 2022 – ao terceiro mandato. Há quem diga que Lula ganhou, mas perdeu. Não que tenha havido fraude nas urnas. Nada disso. 

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A diferença de votos foi tão pequena que, para ganhar, Lula teve de superar os próprios recordes de votos para voltar ao Planalto. Agora, a dois anos e meio da disputa à Presidência da República, Caiado não perde nenhuma chance de tentar sobressair-se no cenário nacional. E a imprensa gosta dele, com que se relacionou tanto por décadas quando Caiado era, primeiro, deputado federal e, depois, senador da República. 

Enquanto chefe do executivo goiano, Caiado continuou dando atenção a repórteres de São Paulo, Rio de Janeiro e, claro, Brasília. Precisa sempre ter de entrar em polêmicas, como no caso da reforma tributária ou nas de saidinha dos presos. 

Caiado tem a missão, imposta por si próprio – um político experimentado – de dar passos importantes para avançar na direção da popularidade de Tarcísio de Freitas. O governador de São Paulo, filiado ao Republicanos, parece mais atento ao governo do estado para  o qual foi eleito com a ajuda de Bolsonaro. Ex-ministro do manda-chuva do PL, Tarcísio é grato, tenta não desagradá-lo e é visto como o nome mais certo para disputar representando Bolsonaro que, inelegível até 2030, não pode concorrer em 2026. 

Sabendo da importância da figura de Caiado, Bolsonaro voltou atrás depois de ter se irritado com as estratégias do goiano de tentar se colar ao ex-presidente a fim de tornar-se o seu candidato natural. Quanto mais perto de Bolsonaro, mais forte ficaria sua imagem. Bolsonaro voltou atrás e até permitiu que Caiado aparecesse, dias atrás, em São Paulo, em cima de uma carroceria durante uma carreata. O clima era de campanha. Mas Tarcísio estava logo ali, no mesmo local, igualmente sorridente e acenando para a multidão. (Especial para O Hoje)

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