PL, PSD e PSDB apostam em chapas puras para garantir lançamento de nomes

Estratégia pode representar risco de enfraquecimento de formação de grupo

Postado em: 04-05-2024 às 08h30
Por: Redação
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Estratégia é vista com estranhamento por “políticos profissionais”, ou, melhor dizendo, mais atentos à governabilidade | Foto: Arquivo/ABr

Yago Sales e Francisco Costa

Pelo menos dois partidos estão adotando uma estratégia que, por décadas, era considerada inviável para qualquer pretensão política: o lançamento de chapas puras, ou seja, quando quando cabeça e o vice na chapa são do mesmo partido. A estratégia é vista com estranhamento por “políticos profissionais”, ou, melhor dizendo, mais atentos à governabilidade. 

É melhor trazer para o grupo político alguém à vice de outro partido para mostrar que aquele ou aquele candidato tem disposição de dividir a gestão. E o vice é uma boa garantia. Claro que muitas vezes esses casamentos terminam mal: com críticas, rompimentos, denúncias. O vice de hoje pode virar um forte opositor amanhã. 

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O fenômeno vindo com Jair Messias Bolsonaro consolidou essa ideia de que é melhor não misturar-se com forças política além daquele espectro. Embora já tenha cerca de 27 anos como deputado federal, Bolsonaro tornou-se presidente da República, em 2018, como um outsider, um homem que viria para salvar o Brasil dos “políticos”.

Outro motivo que poderia levar um grupo político a decidir lançar chapa pura é o isolamento político. É o que acontece com o senador Vanderlan Cardoso (PSD), pré-candidato à disputa da Prefeitura de Goiânia, que admitiu não ter apoio de outros partidos para a eleição deste ano e que deve concorrer com uma chapa-pura do PSD.

“Não tem problema nenhum disputar a eleição apenas com o PSD. Inclusive, te digo que está muito bem encaminhado fazer uma campanha chapa-pura”, destacou o senador, conforme reportagem do jornal O Hoje esta semana. 

Vanderlan que também preside o PSD em Goiás destaca que o partido oferece bons nomes, e que mesmo com uma composição solitária ele acredita ser competitivo para a disputa.

O maior desafio do senador neste momento é manter viva sua candidatura, diante das pressões do setor produtivo para que ele desista de concorrer ao pleito e continue no Senado.

O partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve caminhar isolado nos maiores municípios de Goiás. Em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis, cidades onde há segundo turno, as chapas majoritárias deverão ser puro-sangue.

Na capital, a disputa deve ser liderada pelo deputado federal Gustavo Gayer (PL). Na vice, o nome é do ex-deputado estadual Fred Rodrigues, que deixou o DC e se filiou no PL durante a janela partidária.

Na segunda-feira (29), inclusive, Gayer oficializou o nome de Fred para vice na chapa. Antes de comunicar a decisão, ele disparou: “Meu vice vai ser um vice que entende o que eu falo, que carrega os meus valores, que têm os mesmos princípios que os meus, que pensa como eu penso, aliás, que pensa melhor do que eu, inclusive.”

Ele emendou: “Estou escolhendo como vice o meu Braga Neto [em alusão à escolha de Jair Bolsonaro], o eterno e melhor deputado estadual de Goiás, Fred Rodrigues.” Além do anúncio da chapa, o evento da sigla também apresentou o grupo que será responsável pela pré-campanha na capital.

Aparecida e Anápolis

Em Aparecida de Goiânia a situação é semelhante. O também ex-deputado estadual Max Menezes, que trocou o PSD pelo PL, já admitiu em entrevistas que será o vice do deputado federal Professor Alcides (PL).

Cotado para ser o cabeça de chapa do PSDB, o jornalista Matheus Ribeiro pode ter como vice alguém da próprio ninho tucano. Pelo menos é o que disse, recentemente, o presidente nacional do PSDB, o ex-governador Marconi Perillo. Definições, no entanto, ainda são uma incógnita.

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