PL quer varrer peso do maguitismo na região sudoeste 

A tacada se justifica por vários fatores. O principal deles diz respeito à tentativa de desidratar o MDB, de Daniel Vilela. Isso porque a região

Postado em: 06-05-2024 às 09h00
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: PL quer varrer peso do maguitismo na região sudoeste 
O ex-governador tinha uma penetração invejável na região que é uma das mais ricas e importantes do Estado | Foto: Reprodução

As movimentações das lideranças do PL goiano sugerem que num futuro não muito distante, figuras estratégicas brigarão com unhas e dentes por prefeituras vistas, nos bastidores, como cruciais para o destino do partido. Como se não bastasse a pré-disposição em entrar em campo com gosto de sangue em todo o estado, o PL levará isso ainda mais a sério se tratando das prefeituras da região sudoeste.

A tacada se justifica por vários fatores. O principal deles diz respeito à tentativa de desidratar o MDB, de Daniel Vilela. Isso porque a região, todos sabem, conta com a força pujante do maguitismo — o emedebista era de Jataí.

Maguito Vilela deixou sua marca, como poucos, na política goiana. O ex-governador tinha uma penetração invejável na região que é uma das mais ricas e importantes do Estado. Em paralelo a esse cenário, o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, é representado por ninguém menos que o senador Wilder Morais em Goiás. Não restam dúvidas que ele simboliza, ao menos hoje, a principal ameaça ao projeto de sucessão governista, encabeçado pelo vice-governador, que trabalha focado em 2026. 

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Com isso, Wilder já se movimenta com o objetivo de ampliar seu capital político pelo interior do estado por saber que, nas eleições daquele ano, isso fará toda diferença. 

Na principal e mais rica cidade da região, a briga entre os partidos tem ficado cada vez mais escalada. Quem acompanha o cenário político-eleitoral de Rio Verde, sob as coordenadas do prefeito Paulo do Vale, compreende o peso que tem sua indicação à prefeitura. O escolhido foi o nome do médico Wellington Carrijo, que vai concorrer como representante do gestor e promete “dar trabalho”. 

Do MDB, Carrijo, embora ainda não pontue com folga nas pesquisas, é o queridinho do próprio prefeito, de Daniel Vilela e do governador Ronaldo Caiado, do União Brasil. 

Em contraponto à candidatura da base governista, chama atenção, pela força, o nome do ex-presidente da Assembleia Legislativa (Alego), Lissauer Vieira, do PL. O comentário que corre na cidade é que o ex-deputado tem conseguido fazer uma nominata invejável, atraindo para si até ex-prefeitos. Todos sob o lema: derrotar os do Vale. Simples. 

De volta a Wilder, enquanto o político trabalha para ganhar força e, ao passo em que avança nesse projeto, dá sinais concretos de que pode tornar seu plano para 2026 forte suficiente para tirar o sono do atual vice-governador. Vilela, na contramão, busca, a todo custo, não perder espaços em 2024. Mas a situação tem sido encarada com dificuldade. Se Wilder vencer a queda de braço já nas eleições que se aproximam, pode varrer parte significativa do peso do maguitismo para debaixo do tapete. 

O MDB não só amarga a incerteza de indicar a vice no projeto encabeçado pelo candidato do governo, Sando Mabel, em Goiânia, — se não indicar ficará, depois de 40 anos, sem participação na briga pela principal cadeira política da capital  — como tenta encontrar uma forma de lidar com os fatos que são um tanto quanto decepcionantes: o partido perdeu o principal nome governista em Aparecida de Goiânia, Vilmar Mariano, para o UB de Ronaldo Caiado, bem como o nome do principal expoente da via adversária do petista Antônio Gomide, Márcio Correa, em Anápolis.

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