Apenas 69 dos 441 municípios em calamidade no RS solicitaram recursos federais

Segundo ministro, atraso nos pedidos pode estar relacionado ao foco dos prefeitos nas ações de resgate e assistência às vítimas

Postado em: 12-05-2024 às 09h53
Por: Vitória Bronzati
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Para facilitar o acesso à ajuda federal, o governo flexibilizou as regras e agora basta um "simples ofício" enviado ao Ministério da Defesa Civil Nacional, junto com o decreto do governo do estado reconhecendo a calamidade | Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini

Apesar da situação crítica em todo o estado, com 441 municípios em situação de calamidade devido às chuvas e inundações, apenas 69 cidades buscaram recursos federais até o momento. A informação foi repassada, no último sábado (11), pelo ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, durante coletiva de imprensa no Rio Grande do Sul.

Segundo o ministro, o baixo número de solicitações pode estar relacionado ao fato de que muitos prefeitos estão focados nas ações de resgate e ainda não tiveram tempo de reunir as informações necessárias para solicitar os recursos.

Para facilitar o acesso à ajuda federal, o governo flexibilizou as regras e agora basta um “simples ofício” enviado ao Ministério da Defesa Civil Nacional, junto com o decreto do governo do estado reconhecendo a calamidade.

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Os municípios que solicitarem os recursos dentro dos prazos estabelecidos receberão um valor inicial de R$ 200 mil (para cidades com até 50 mil habitantes), R$ 300 mil (até 100 mil habitantes) ou R$ 500 mil (acima de 100 mil habitantes).

Apesar dos esforços do governo federal, a situação no Rio Grande do Sul ainda é preocupante. Mais de 2 milhões de pessoas foram afetadas pelas chuvas e inundações, com 339.928 desalojados, 71.398 pessoas em abrigos, 136 óbitos, 756 feridos e 125 desaparecidos.

Comunidades indígenas

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, alertou para a situação das comunidades indígenas no estado. Segundo ela, 9 mil famílias, totalizando 30 mil pessoas, foram afetadas pelas inundações.

O governo federal garantiu a entrega de cestas básicas para todas as famílias indígenas atingidas. “São 9 mil cestas garantidas, com entregas quinzenais para cada uma dessas famílias atingidas.”

Sônia acrescentou ainda que os conhecimentos dos povos indígenas estão sendo utilizados nos planos nacionais voltados à prevenção de desastres, tanto para os trabalhos de reconstrução como de prevenção.

“Esses desastres estavam já previstos. Uma das principais medidas a serem adotadas é a de acelerar o combate ao desmatamento. Não apenas na Amazônia, mas em todos os biomas brasileiros. Inclusive no cerrado porque, quando se reduziu o desmatamento na Amazônia, aumentou o desmatamento no cerrado. O desmatamento desenfreado é uma das formas e das causas principais que resultaram nesses desastres de enchentes e secas”, disse a ministra indígena.

Marinha e Força Nacional reforçam apoio

Para auxiliar no atendimento às vítimas das chuvas, a Marinha do Brasil enviou o Navio Aeródromo Multipropósito Atlântico ao município de Rio Grande. A embarcação transporta 1.350 militares, 154 toneladas de donativos, duas estações de tratamento de água, 38 viaturas, 24 embarcações e três helicópteros.

A Força Nacional também ampliará sua atuação no estado, com a chegada de mais 300 integrantes na próxima semana. Ao todo, serão 417 agentes da Força Nacional de segurança no Rio Grande do Sul, além de 1.5 mil integrantes ligados ao Ministério da Justiça, entre Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e Força Nacional de Segurança.

Com informações da Agência Brasil

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