Lula repreende ministros e pede uniformidade em anúncios sobre auxílio ao RS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma firme cobrança aos seus ministros durante uma reunião ministerial, nesta segunda-feira (13), no Palácio do Planalto. Lula enfatizou a importância de uniformidade e consistência nos comunicados sobre o auxílio ao estado do Rio Grande do Sul, que tem sofrido com severas enchentes e desabrigamentos.

Lula sublinhou que a reunião tinha como objetivo alinhar as ações do governo, garantindo que todos os ministros estivessem informados sobre as medidas sendo tomadas. Ele criticou a prática de ministros anunciarem ideias sem a devida discussão e aprovação, o que poderia prejudicar a coesão das políticas públicas.

“Essa reunião é para isso, pra gente ter o conjunto do governo, ter todas as informações do que está acontecendo e cada ministro que for falar, ou cada ministro tentar falar sempre a mesma coisa que está acontecendo. Não ficar dizendo coisa que não está acontecendo ou ficar inventando coisas que ainda não discutiu. Ou seja, não dá para cada um de nós que tem uma ideia, anunciar publicamente uma ideia. Uma ideia e um instrumento de conversa no governo para que a gente transforme a ideia numa política real”, criticou Lula.

O presidente foi enfático ao pedir que os ministros não divulguem informações antes de serem oficialmente anunciadas por ele. Ele ressaltou a importância de manter a confidencialidade até o momento apropriado. “Eu não quero que a imprensa saiba qual é a orientação. Só depois”, afirmou Lula.

Novas Ações e Doações

Lula anunciou que retornará ao Rio Grande do Sul na quarta-feira para anunciar novas ações de ajuda para as pessoas afetadas. Entre as medidas estudadas, está a inclusão no programa Bolsa Família de pessoas que perderam suas casas e fontes de renda temporariamente.

O presidente também comentou sobre as doações recebidas tanto nacional quanto internacionalmente, destinadas a ajudar os milhares de desabrigados. Ele destacou a complexidade da logística necessária para arrecadar e distribuir essas doações de maneira eficiente. “É coisa do exterior, é coisa que cada estado, cada um que junta um monte de coisa de doação. Ele acha que a gente tem estrutura de pegar na mesma hora, do mesmo dia, de distribuir. E tudo isso demanda uma infraestrutura não apenas de recolhimento dessas coisas, selecionar essas coisas, ver a necessidade, para onde a gente vai mandar. Tudo isso demanda um tempo excepcional de muita mão de obra”, explicou.

Lula reconheceu o trabalho dos voluntários até o momento, mas salientou a importância do papel do Estado na continuidade do apoio. “Estamos até agora com muita gente voluntariada, mas daqui a pouco, voltam pra fora da atividade normal. E aí entra o papel da máquina do Estado de dar vazão ao recebimento das coisas que as pessoas dão e fazer essas coisas chegarem até a casa das pessoas”, concluiu.