Histórico adversário do MST, Caiado se torna ‘nome eficaz’ contra invasões de terra

Governador sancionou, na última segunda, lei que punirá beneficiários que forem pegos invadindo propriedade rural

Postado em: 14-05-2024 às 08h30
Por: Redação
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O modelo adotado por Caiado de “tolerância zero” inspirou políticas nos estados de Minas Gerais e São Paulo | Foto: Reprodução

Gabriel Pires e Yago Sales

O governador de Goiás Ronaldo Caiado (UB), em seu segundo mandato, já tem destino definido para as eleições de 2026. Filiado ao União Brasil (ele é presidente da legenda em Goiás), demonstra interesse – e se movimenta –  de olho nas eleições presidenciais de 2026, se firmando como um dos principais nomes da direita para a disputa do Poder Executivo contra o presidente Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT). 

No último domingo (12), a revista Veja publicou, na coluna Maquiavel, um artigo ressaltando a política severa do governador contra o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Na matéria, Caiado foi chamado de “governador mais eficaz do Brasil para conter invasões de sem-terra”.

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O gestor tem afirmado possuir “tolerância zero” para invasões de propriedades. Como apontado pela revista, o caso da usina de Vila Boa reforça tal declaração. No episódio, o movimento ocupou a instalação exigindo reforma agrária no local, mas sem sucesso, foi desmobilizada no mesmo dia “sem uso da força” de acordo com o governo do Estado. Além disso, o governo goiano tem dito que houve maior investimento nas forças policiais, com a implementação de policiamento ostensivo em áreas rurais.

Como se não bastasse, o governador sancionou na última segunda (13) a Lei Estadual nº 22.677, que regulamenta os projetos de lei dos deputados Talles Barreto (UB) e Gugu Nader (Agir), parlamentares aliados da gestão. A legislação busca restringir os direitos de quem ocupa e invade propriedades rurais do estado.

De acordo com a medida, caso o invasor, beneficiário de auxílios, benefícios e programas sociais do Governo do Estado de Goiás, tiver cargo público comissionado ou estiver matriculado em instituições de ensino, perderá os benefícios imediatamente, respeitando os princípios do contraditório e da ampla defesa.

O modelo adotado por Caiado de “tolerância zero” inspirou políticas nos estados de Minas Gerais e São Paulo, comandados respectivamente por Romeu Zema (Novo) e Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ambos governadores seguem como prováveis representantes da direita para as eleições presidenciais de 2026, podendo rivalizar com Caiado.

O político não esconde interesse em concorrer à presidência da República pela segunda vez. Vale lembrar que ele foi candidato em 1989 quando o governador goiano levantou bandeira contra as ocupações de sem-terra durante sua campanha.

Em entrevista, por exemplo, em abril, à GloboNews, ele reafirmou que vai colocar seu nome como pré-candidato do União Brasil. Até o momento, o governador segue como único político da oposição que publicamente demonstrou interesse na corrida presidencial de 2026 quando deverá se opor, de novo, à política do MST e à esquerda. 

No entanto, antes de Caiado ter de enfrentar as urnas – ou seja, o eleitorado brasileiro, que, em parte, o desconhece – ele vai precisar romper a bolha de nomes de pré-candidatos que seguram o cartaz da direita: como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Romeu Zema (Novo) e Ratinho Jr (PSD), e, diz por aí, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

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