PSB mantém conversas com Ronaldo Caiado e Sandro Mabel

Presidente metropolitano da sigla afirma que não adianta fazer alianças que não levarão “a lugar nenhum”

Postado em: 14-05-2024 às 09h30
Por: Gabriel Neves Matos
Imagem Ilustrando a Notícia: PSB mantém conversas com Ronaldo Caiado e Sandro Mabel
“Tem que ser com candidatura que possa vir a ganhar a eleição”. Partido historicamente caminha com o PT | Foto: Reprodução

Integrante do bloco partidário liderado pelo presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (União Brasil), o PSB tem sinalizado que só expressará uma decisão acerca da eleição para prefeito de Goiânia no período das convenções partidárias, em agosto. 

Por enquanto, o presidente metropolitano da sigla, Vinícius Cirqueira, afirma que tem mantido conversas ao telefone com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), com quem tomou café recentemente, e também com Sandro Mabel (União Brasil), pré-candidato à Prefeitura da Capital pela base do governo.

O assunto predominante entre eles não foge ao factual. “A conversa é mais com o Sandro Mabel, e a gente tem falado da questão da cidade de Goiânia, que está abandonada”, diz Cirqueira, que não crava uma aliança com o partido do governador sob justificativa de que o PSB aguarda resolução nacional para tomar uma decisão local. 

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Questionado se a preocupação com a cidade de Goiânia é do governador Ronaldo Caiado, de Mabel ou de ambos, respondeu: “É de ambos — e do PSB. É latente e até acima de qualquer candidato ou partido que preze pela cidade. Nós estamos nessa mesma sintonia. E dependemos de um posicionamento para saber se vamos caminhar juntos”, afirma o presidente metropolitano, fazendo a ressalva de que o único partido com quem o PSB não tem diálogo é o PL, que tem o deputado federal Gustavo Gayer como pré-candidato a prefeito da Capital. “E é o único que nós não fazemos questão de ter.”

“A nossa preocupação é para que Goiânia não caia nas mãos da extrema-direita. Talvez a melhor decisão de um partido que tem essa preocupação não necessariamente é aliança com a esquerda, mas uma aliança [com um partido] do campo democrático em que se possa fazer uma frente ampla, ter discussão, e que vai trabalhar as questões da cidade”, comenta. 

Conforme mostram recentes reportagens do HOJE, um acordo com o PT em Goiânia seria o caminho natural do PSB de outrora. Apesar de a pré-candidata petista a prefeita Adriana Accorsi defender a frente ampla e se dizer esperançosa quanto à aliança com os pessebistas, uma composição ainda é incerta. 

“Não adianta fazer aliança que não vai levar nada a lugar nenhum”, diz Cirqueira, sem citar siglas, ao ser indagado sobre com quem o PSB vai caminhar. “Tem que ser com candidatura que possa vir a ganhar a eleição e que, ao ganhar a eleição, possa colocar os projetos na frente, de executar as propostas.”

Após ter seu nome preterido pelo governador entre os quadros que poderiam disputar a Prefeitura de Goiânia, o presidente da Alego, Bruno Peixoto, tem se movimentado para indicar a vice na chapa de Mabel. Apesar de estar hoje filiado ao União Brasil e ser correligionário de Caiado, Bruno articula migrar para o PSB. 

Segundo pessoas próximas, em conversa na semana passada, o governador teria dito a Bruno que não aceitaria que candidatos do interior goiano migrassem do União Brasil para o PSB. Tendo em vista a sucessão de Caiado no Palácio das Esmeraldas e a sua tentativa de se viabilizar candidato da direita ao Palácio do Planalto, essa movimentação poderia acarretar incertezas quanto ao apoio na eleição de 2026. Com Geraldo Alckmin (PSB) ocupando a vice-presidência da República, o PSB é hoje o principal aliado do governo do presidente Lula (PT). 

Ao analisar o atual estado de coisas, o presidente metropolitano do PSB vê que existe uma tendência de o grupo de Bruno Peixoto caminhar com Sandro Mabel na eleição em Goiânia. “O Bruno conseguiu colocar em seu entorno cinco partidos com vários líderes de diferentes regiões da cidade. Qualquer lugar em que esse grupo for, vai respingar de forma muito positiva”, diz. 

“Qual é o pré-candidato ou grupo político que em sã consciência não quer o apoio de um grupo tão grande e com potencial gigantesco? Vai respingar positivamente para os aliados desse grupo, e negativamente para quem estiver de fora.”

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