MPE atua para evitar uso indevido de programas na eleição de 2024

Prefeitos goianos devem receber recomendações de promotores que atuam nas 92 zonas eleitorais do estado através do projeto Eleições Equilibradas

Postado em: 15-05-2024 às 09h30
Por: Gabriel Neves Matos
Imagem Ilustrando a Notícia: MPE atua para evitar uso indevido de programas na eleição de 2024
Os prefeitos goianos devem receber recomendações de promotores que atuam nas 92 zonas eleitorais do estado através do projeto chamado Eleições Equilibradas | Foto: Fernando Leite/MPGO

Visando garantir a lisura nas eleições deste ano, o Ministério Público Eleitoral em Goiás lançou na terça-feira (14) um projeto que tem como objetivo atuar preventivamente contra o uso indevido de programas sociais e de setores das administrações municipais na disputa que elegerá os novos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. 

Os prefeitos goianos devem receber recomendações de promotores que atuam nas 92 zonas eleitorais do estado através do projeto chamado Eleições Equilibradas. Nessas recomendações, serão incluídas informações sobre o acompanhamento preventivo e também as regras definidas para a legislação eleitoral. 

Entre os principais pontos ressaltados estão a proibição de criação de novos benefícios em ano eleitoral e a alteração desmedida e injustificada da base de cadastrados, de modo a evitar favorecimento daqueles que têm acesso à máquina pública. 

Continua após a publicidade

“A sociedade precisa saber que o grande fiscal das eleições é o Ministério Público”, afirmou o procurador-geral de Justiça de Goiás, Cyro Terra Peres, durante o lançamento do projeto, destacando o caráter preventivo do órgão. “É o povo que tem que decidir quais opções deseja para o Poder Executivo e Legislativo. Não cabe ao MP atuar de maneira partidária e ideológica. Queremos que o fato irregular não aconteça.”

Peres destacou durante sua fala a presença do chefe do Ministério Público Eleitoral em Goiás, o procurador regional eleitoral Marcello Santiago Wolff, e o trabalho desenvolvido em conjunto pelas instituições. Para Wolff, o Ministério Público Eleitoral, “por seu afastamento da disputa eleitoral, é o único agente capaz de atuar com plena isenção.” 

“Embora tenha vários legitimados para propor ações eleitorais, a exemplo de partidos e candidatos, essa parte de fiscalização de programas sociais, só quem pode fazer o Ministério Público.” Esta é a segunda vez que Ministério Público Eleitoral conduz o projeto, a primeira tendo ocorrido na eleição de 2014. Naquele ano não foi proposta nenhuma ação relacionada ao uso indevido de benefícios sociais com cunho eleitoral.

Wolff e o coordenador estadual de Apoio aos Promotores Eleitorais (Ceape), promotor de Justiça Carlos Alexandre Marques, entregaram ao governador Ronaldo Caiado (União Brasil), um ofício e recomendações relativas ao projeto.

“Fizemos a exposição do nosso projeto para ele e entregamos ofício requisitando informações e fazendo recomendações, no mesmo molde do que o projeto propõe que seja feito por cada promotor eleitoral em cada comarca”, disse Wolff, incluindo que houve certo receio do governador a princípio. 

“Explicamos que não é intenção do MP atrapalhar a execução dos programas sociais. Eles precisam ter continuidade. O objetivo é blindar esses programas sociais, garantindo que eles alcancem, realmente, aqueles que precisam.”

O promotor de Justiça Carlos Alexandre Marques destacou que “o Ministério Público quer que os programas sociais funcionem, mas com respeito ao que determina a legislação, a fim de garantir a igualdade na disputa e para que eles não sejam desvirtuados em favor de nenhum candidato, nenhum partido, nenhuma coligação”.

É com esse objetivo que estão sendo expedidas as recomendações aos prefeitos. “O Ministério Público está fazendo uma atuação preventiva, está munido das informações dos programas em andamento municípios e vai fiscalizar para que eles não sejam utilizados como alavanca ou ferramenta para desequilibrar a disputa em favor de quem quer que seja”, disse.

Veja Também