Lula não deve ter agenda eleitoral nas campanhas de Accorsi e Gomide, diz Otoni

“Agenda do presidente não será eleitoral. Será institucional, em alguma inauguração ou lançamento de programas”, garante que o presidente estará no estado “na primeira oportunidade”

Postado em: 15-05-2024 às 11h30
Por: Francisco Costa
Imagem Ilustrando a Notícia: Lula não deve ter agenda eleitoral nas campanhas de Accorsi e Gomide, diz Otoni
Petista encerrou primeiro ano de mandato sem passar por oito Estados | Foto: Marcelo Camargo/ABr

A tragédia do Rio Grande do Sul mudou a agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesta semana, inclusive, ele adiou uma viagem que faria ao Chile, conforme o Itamaraty. Com a situação, a vinda a Goiás parece ainda mais complicada. Deputado federal petista, Rubens Otoni reforça a incerteza e diz que a visita ocorrerá quando houver oportunidade.

“Com certeza, na primeira oportunidade, ele estará presente”, não detalha. Segundo Rubens, que coordena as pré-campanhas de Antônio Gomide (PT), em Anápolis, e Adriana Accorsi (PT), em Goiânia, esta visita não será eleitoral. Ou seja, o presidente não deve participar das campanhas dos aliados. “A agenda do presidente não será eleitoral. Será institucional, em alguma inauguração ou lançamento de programas.”

Quando questionado, mais uma vez, da presença de Lula em Goiânia e Anápolis, durante o pleito, o deputado federal reforça a questão institucional da agenda. “No Brasil todo será assim: a presença do presidente será em ações institucionais. A melhor maneira de ajudar é levando benefícios para os Estados”, arremata.

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Apesar de muitas especulações, a única agenda do chefe do Executivo confirmada em Goiás foi em Rio Verde, em 16 de junho do ano passado. Ela foi cancelada, contudo, em razão do mau tempo para pouso no município.

À época, ele iria ao Terminal Rodoferroviário da cidade e participaria da cerimônia de conclusão das obras da Ferrovia Norte-Sul, em Goiás. O Palácio do Planalto disse, em nota, que remarcaria a agenda, o que não aconteceu.

Petista encerrou primeiro ano de mandato sem passar por oito Estados

Goiás foi um dos oito Estados que o presidente petista não visitou em 2023. Importante para a vitória de Lula em 2022, Minas Gerais também ficou de fora da agenda presidencial no ano passado.

Ambos os entes federativos são governados por opositores: Ronaldo Caiado (União Brasil) e Romeo Zema (Novo). Os dois políticos estão de olho na presidência, em 2026, e também no eleitorado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível.

Além destes Estados, o presidente não foi a Rondônia, Acre, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Alagoas. Em contrapartida, ele esteve 12 vezes em São Paulo e nove na Bahia.

Fator resistência

Segundo o cientista político e professor, Guilherme Carvalho, quando Lula e o PT fazem os cálculos (eleitorais), eles observam que o Estado é um importante polo para o bolsonarismo. “É possível furá-lo? Quando eles se deparam com uma negativa, percebem que não é um Estado a se investir em agenda.”

Ele aponta, ainda, que Goiás é uma unidade federativa, sendo que existem outras muito mais relevantes do ponto de vista eleitoral (número) e de ampliação de prefeituras para o PT. “Não é que Lula não faça questão, mas é um local de oposição, e que podem ocorrer muitos constrangimentos, e onde ele não conseguiria furar a bolha.”

Na avaliação de Guilherme, é melhor manter certa distância, de fato. “Em termos da realidade concreta, é pior para Goiás. Mas é como a população se comporta e é como uma análise da equipe é feita. Ele mantém agenda, mas vai cancelar ou fazer online, como vem acontecendo.”

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