Potencial dos estados depende da conduta do governador, diz Caiado

Em Nova York, goiano defendeu a independência dos estados com relação à União e afirmou que gestores precisam de coragem para assumir medidas duras visando posicionamento, ainda que se perca ‘musculatura política'

Postado em: 16-05-2024 às 07h30
Por: Gabriel Neves Matos
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Na meca do mundo financeiro, Caiado defendeu a independência dos estados com relação à União no sentido de as administrações poderem fazer avanços nas políticas desenhadas por cada unidade da federação | Foto: Vanessa Carvalho/Valor Econômico/Reprodução

No segundo dia cumprindo agendas em Nova York, nos Estados Unidos, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) disse ontem (15) que a potencialidade dos estados brasileiros depende da conduta de cada governador, especialmente daqueles que têm a coragem de “assumir medidas duras para poder mostrar o caminho” que fará do estado uma grande referência nas áreas como educação, saúde, segurança e programas sociais — ainda que com isso o gestor perca “musculatura política”.

“Isso tudo depende de medidas drásticas, que são aquelas que todos sabem em relação a um ajuste fiscal que nós fizemos dentro de uma reforma da previdência e de uma reforma administrativa restrita ao nosso estado. Redistribuímos o incentivo para que não houvesse uma sobrecarga maior em benefício de A e detrimento de B”, disse Caiado durante o Summit Valor Econômico Brazil-USA. 

O goiano foi um dos governadores brasileiros convidados para discursar por cinco minutos em uma mesa do evento voltada para as oportunidades dos governos. Os gestores tinham de responder à pergunta: “Como seu estado deve se posicionar ou está se posicionando para atrair o investidor internacional e o investidor geral?”. 

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Na meca do mundo financeiro, Caiado defendeu a independência dos estados com relação à União no sentido de as administrações poderem fazer avanços nas políticas desenhadas por cada unidade da federação. Nesse sentido, o governador defendeu a distribuição de ações do seu governo nas regiões carentes de Goiás, observando o potencial que o estado tem nas áreas de agropecuária, mineração e setores da industrialização.

“Tudo isso mostrando que se tem um custo Brasil, esse custo Brasil precisa ser diminuído em cada estado”, afirmou. “Hoje, o custo Brasil em Goiás é inferior ao que era anteriormente antes de assumirmos o estado. Se Goiás é o estado mais bem avaliado do país, é em decorrência política que nós cuidamos para que os parâmetros não fossem apenas os brasileiros, mas nós tivemos a determinação de buscar os parâmetros da OCDE.”

Segundo Caiado, o incentivo à industrialização e à liberdade econômica, são fundamentais para diminuir burocracias para as empresas, o que, na prática, confere mais atração de investimentos ao estado, conforme ele. “E os nossos cursos de profissionalização, capazes de poder ofertar ao empresário a condição de ele poder ter uma mão de obra qualificada.” Ele qualificou a burocracia com relação às empresas como “impeditiva e confiscatória”. 

O governador também falou sobre segurança pública em seu discurso e disse que esse é o tema que “o mundo todo discute”, citando os bons resultados da política adotada em Goiás. “O preço hoje em custo de segurança é altíssimo e foi uma das primeiras prioridades que tive em nosso governo. Hoje nós assumimos uma posição de ter a melhor segurança pública do país, como prioridade do governo, e vimos com isso que os empresários se sentem confortáveis, aliviados em poderem trabalhar e expandirem suas ações no estado de Goiás”, afirmou. 

O goiano defendeu autonomia dos governadores e apoiou a ideia de que o Brasil tem que mostrar que cada região “tem o seu potencial”, em detrimento à importação de tecnologias. “O que nós precisamos é termos hoje maior independência de ação dos nossos Estados em relação à União. Temos essas prerrogativas constitucionais que muitas vezes não são usadas. Eu tenho usado com bastante abrangência”, afirmou.

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