Manutenção de Bivar no União Brasil não impacta planos de Caiado em 2026

Ex-presidente teve processo de expulsão recusado; ele e o atual comandante da legenda, Antônio Rueda, que é aliado do goiano, viveram momentos de tensão neste ano

Postado em: 17-05-2024 às 08h30
Por: Francisco Costa
Imagem Ilustrando a Notícia: Manutenção de Bivar no União Brasil não impacta planos de Caiado em 2026
Sobre Bivar, a Executiva do União Brasil aprovou o afastamento do político da presidência do partido em 20 de março | Foto: Reprodução

Na última terça-feira (14), a executiva do União Brasil manteve o deputado federal Luciano Bivar (PE) afastado da presidência, mas também evitou a expulsão dele do partido. A permanência dele na legenda não vai interferir nos planos do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) de disputar à presidência, em 2026. Pelo menos, é o que garante o vice-presidente estadual do União Brasil em Goiás, Delegado Waldir. 

Sobre Bivar, a Executiva do União Brasil aprovou o afastamento do político da presidência do partido em 20 de março. À época, em nota ao Jornal O Hoje, o deputado federal afirmou, por meio de sua assessoria, que a medida ocorreu ao arrepio da lei e sem amparo legal.

Quem assumiu a presidência foi Antônio Rueda, o vice, que também foi eleito no lugar de Bivar – o que o deputado também contestou. A eleição do novo presidente teve apoio e articulação do governador Ronaldo Caiado, que é pré-candidato à presidência, em 2026. Luciano, por sua vez, estaria mais alinhado ao governo Lula (PT).

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A permanência na legenda, todavia, não vai causar impactos nos planos de Caiado, conforme já disse Waldir. “Na minha opinião não tem qualquer efeito”, diz Waldir, que considera positiva a manutenção de Bivar no partido. “O governador é pré-candidato do União Brasil à presidência e isso está bem materializado.” 

E completa: “Eu tenho um carinho muito grande pelo Bivar. Além disso, é um parlamentar com mandato, então qualquer partido gostaria de tê-lo em seus quadros. E ainda, me parece que as principais rugas que dariam motivo a expulsão dele já foram superadas. Então, eu digo que o partido ter a maior quantidade possível de parlamentares é muito importante. Mostra a força do União Brasil.”

Motivo do afastamento

Vale lembrar, em 11 de março, ocorreu um incêndio nas casas de Rueda e da irmã dele, Maria Emília Rueda, em Ipojuca (PE). Antônio afirmou, na ocasião, que Bivar vinha ameaçando ele e a família. Naquele momento, Caiado afirmou, via X (antigo Twitter), que “o incêndio na casa do advogado Antônio Rueda foi um atentado contra o partido, um crime político. Luciano Bivar agiu como um desqualificado ao fazer ameaças à família e ao novo presidente do partido”.

Bivar, em coletiva de imprensa, à época, chamou Caiado de “pigmeu moral”. “O Caiado não reflete o tamanho que ele é. Ele é um pigmeu moral. Ele, até o próprio Bolsonaro, (PL) falou que ele é desprezível, há pouco tempo no Rio Grande do Sul.” Ele negou as ameaças e o incêndio, que classificou como “ilação”.

“Tudo é ilação, é mais um factoide, tá certo? […] São ilações. Por exemplo, a mulher do presidente [Rueda] foi no meu apartamento e roubou meu cofre. Essas coisas também. Foi ao meu apartamento, eu cedi confiantemente um segredo e ela roubou todo o dinheiro. Eu tinha um valor significativo”, afirmou.

Na noite da última terça (14), a executiva nacional decidiu pelo afastamento, mas não pela expulsão. Relatora do caso, a senadora Dorinha Seabra foi favorável a esta posição e justificou que não existem provas que incriminem Bivar pelos incêndios ou ameaças. “A qualquer momento, o partido pode voltar a deliberar sobre uma possível expulsão de Bivar, caso seja comprovado.”

Dos 16 votantes, 3/5 votaram com a relatora. Desde o dia 7 deste mês a Polícia Federal (PF), por meio da Operação Stasis, investiga as ameaças sofridas por Rueda.

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