Em meio a cenário incerto, voto evangélico se torna alvo de cobiça entre pré-candidatos

Se Aparecida conta com um cenário bem definido, o mesmo não pode ser dito em relação a Capital onde ao menos quatro nomes brigam pela força das igrejas

Postado em: 18-05-2024 às 09h30
Por: Felipe Cardoso
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Uma fonte consultada pela reportagem afirmou sem titubear que a Assembleia de Deus Vila Nova, por exemplo, já tem um nome definido | Foto: Reprodução

A ligação da igreja com a política é histórica. Por isso, todo ano a situação se repete. c. Sempre foi assim e o entendimento é que continuará sendo, haja vista que essa ala tem ganhado cada vez mais musculatura. 

O que ao longo da história político-eleitoral sempre foi visto como um fato, passou a ser observado com ainda mais contundência a partir das eleições presidenciais de 2018. Com a entrada do bolsonarismo em cena, a comunidade evangélica ganhou ainda mais voz e vez. Inclusive, foi fundamental para a vitória do Messias, Jair Bolsonaro, naquele ano. E mais: essencial para manutenção desse nome no rol dos políticos mais influentes da história do Brasil. 

Foi a comunidade evangélica que deu ao atual prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Solidariedade), a cadeira que ocupa. Ainda que não tenha concorrido como candidato a prefeito nas eleições de 2020 — todos sabem que Rogério ‘chegou lá’ graças ao peso político do nome de Maguito Vilela — a posição de vice só o foi concedida por se tratar de um pastor, representante de uma igreja poderosa e, como tal, objeto de desejo.

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Não à toa o prefeito de Aparecida de Goiânia, Vilmar Mariano, tem exibido um sorriso largo desde que o Bispo Oídes e outras lideranças anunciaram apoio ao seu projeto. Não poderia ser diferente, afinal, o segmento, como dito, desequilibra o jogo. 

“Nessa pré-campanha, vamos abraçar o projeto de reeleição do prefeito Vilmar Mariano. Para isso estou aqui, e agora eu anuncio essa decisão nossa de ser a favor dele. E por que somos a favor? Porque o Vilmar é um dos nossos. Ele é uma pessoa simples, como é o povo. É uma pessoa de Deus e um parceiro. Está fazendo uma grande administração”, disse o bispo Oídes ao selar aliança com Mariano, que saiu do encontro diferente do que entrou, ou seja, ainda mais revigorado e esperançoso.

Ainda que em Aparecida o cenário esteja relativamente bem definido, o mesmo não se pode dizer sobre Goiânia. Na capital, o cenário segue embaraçado, mas já se pode ter ideia de como as coisas tendem a caminhar. Em linhas gerais, as igrejas oscilam entre os nomes de Rogério Cruz (que é pastor licenciado), Vanderlan Cardoso (que tem relativa penetração no meio), Sandro Mabel (que tem a articulação do governo) e Gustavo Gayer (que é bolsonarista). 

Uma fonte consultada pela reportagem afirmou sem titubear que a Assembleia de Deus Vila Nova, por exemplo, já tem um nome definido. A aposta será o nome governista, ou seja, Sandro Mabel. Por outro lado, a Assembleia de Deus Fama tende a caminhar com Vanderlan Cardoso. Já a Assembleia de Deus Campinas, do Bispo Oides, ainda não marcou posição. O imbróglio diz respeito ao fato de Vanderlan participar da igreja tal qual a mesma igreja participa do governo encabeçado por Ronaldo Caiado. 

Cruz, por sua vez, tem apoio de parte considerável da Igreja Universal. Chegou ao posto mais alto da política goianiense e não decepcionou seu grupo, seguindo a risca os direcionamentos recebidos — ainda que isso custasse o desembarque do principais aliados. Leia-se os emedebistas.  A expectativa do Paço é que Rogério tenha, agora, a moeda de troca, ou seja, o apoio da Universal. 

Quanto a Gayer, a ideia recai sobre a transferência de votos. Os articuladores contam com a visita de Bolsonaro em Goiânia. O ex-presidente conta com alianças sólidas em solo goianiense. Havendo uma articulação expressa do presidente, Gayer, claro, ganharia – e muito. E não só entre os envagelicos. A conferir.

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