Caiado negocia com empresários e equipe de transição

Durante reunião feita ontem na casa do coordenador de transição de Ronaldo Caiado, Wilder Morais, empresários entregaram contraproposta ao futuro governador

Postado em: 04-12-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Durante reunião feita ontem na casa do coordenador de transição de Ronaldo Caiado, Wilder Morais, empresários entregaram contraproposta ao futuro governador

Governador ouviu demandas de representantes do setor produtivo e indicou que pode haver hoje definição sobre os incentivos

Raphael Bezerra* 

O  governador eleito, Ronaldo Caiado, participou ontem de reunião com empresários e equipe de transição para discutir a convalidação dos incentivos fiscais. A reunião foi a portas fechadas e estiveram presentes o deputado estadual José Vitti (PSDB) e Samuel Belchior (MDB), prefeito de Catalão, Adib Elias (MDB) presidente da FIEG, Sandro Mabel, presidente da Adial, José Alves, Flávio Rodovalho e outros empresários dos segmentos interessados nos incentivos fiscais.

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Após a reunião, que durou cerca de 1h30min, Ronaldo Caiado falou com O HOJE antes de ir a outra reunião com os deputados estaduais. “Avançamos bastante. Foi uma boa reunião e conseguimos chegar a alguns pontos de entendimento. Agora acredito que até amanhã o processo já chegue em sintonia total”, afirmou. Caiado acredita que o clima não seja de entraves, nem que as empresas pretendam deixar o estado. “Precisamos mostrar o que o estado está fazendo, até para que eu possa junto ao Governo Federal. Goiás não cumpre a Lei de Responsabilidade fiscal e está sendo duramente penalizado, impedido de contrair empréstimos”, afirmou.

Caiado afirmou que o anúncio do acordo deve sair amanhã à tarde, após os empresários e sua equipe de transição analisarem os números e as propostas. O núcleo empresarial apresentou uma contraproposta a noite de ontem, mas os detalhes não foram revelados à imprensa. A partir dessa proposta o próximo governo e empresários devem bater o martelo na tentativa de melhorar a avaliação do estado perante o governo federal e melhorar o clima fiscal do estado. “Está sendo feito um trabalho, um estudo sobre cada setor… tem-se buscado uma alternativa diante dessa capacidade. Mas em hora alguma fazer com que o setor não seja competitivo em relação a outros Estados da Federação”, disse Caiado.

Apesar do bom clima pós reunião, o acordo ainda não foi fechado. Os empresários esperam ainda que não haja cortes nos incentivos fiscais. Goiás é o estado que mais fornece incentivos fiscais à empresas no Brasil. Entretanto, Flávio Rodovalho, advogado da Adial, acredita que os investimentos que o núcleo empresarial possa trazer, caso o estado não faça cortes nos incentivos. “Apresentamos uma contraproposta mais equilibrada, para que mais setores dividam os ônus da redução. Tem setores que tem muitos benefícios e outros que já estão sangrando de mais. Nossa equipe técnica vai reunir agora a noite junto à equipe de transição do governador para analisar os números e amanhã devemos chegar em um consenso. Pedimos para que os incentivos seja feito pelo teto e que depois o governador calibre essas questões” 

O advogado da Adial diz que os empresários que reuniram com Caiado buscam uma melhoria do ambiente econômico. Para ele, os incentivos fiscais devem ser mantidos e que a receita do estado deve alcançar os números desejados graças aos investimentos pretendidos por eles. 

O governador espera arrecadar ao ano R$ 1.2 bilhão com a convalidação dos incentivos fiscais. Para isso, o plano de Caiado é alinhar com cada segmento empresarial para que ajustes sejam feitos. “A redução está sendo calibrada setor por setor. Goiás não vai deixar, de maneira alguma, de ser competitivo. Nem vai deixar de ser o estado que mais da incentivos do país. Essa é a realidade. O projeto na Assembleia está convalidado. E nós, vamos ter, também, dentro de uma análise, que cada setor vai ter uma parcela, maior ou menor, de acordo com aquilo que o estado concedeu no decorrer desses anos”, afirmou Caiado.

Vanderlan Cardoso (PP), senador eleito por Goiás, disse ao sair da reunião, que as empresas que mais geram empregos e que pagam impostos serão as mais prejudicadas. “O momento é de resolver e corrigir as distorções que há. O fato do governador estar presente deu mais corpo a reunião e a merecida atenção a cada setor será resolvida o mais breve. Eu defendo que o setor automobilístico ajude mais, pague, por que hoje o setor paga praticamente nada e tem acumulado créditos. O setor apresentou programas que podem ofecer mais que o esperado por Caiado mas que ainda levariam tempo, como por exemplo o caso da soja e do milho que seja exportado apenas 50% e que a matéria seja trabalhada aqui agregando valor e gerando mais receita”, revelou. (*Especial para O Hoje)

 

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