Haddad e Kim Kataguiri batem boca na Câmara: “Para de lacrar na rede”
Ministro rebate críticas sobre possível fim da isenção de US$ 50 em compras internacionais
Por: Vitória Bronzati
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu as políticas tributárias do governo em uma audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (22). O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) o questionou sobre a possibilidade de aumento de impostos em compras internacionais, especialmente em encomendas de até US$ 50.
Durante o encontro, Kataguiri insinuou que haveria um conflito entre deputados do PT e o governo federal a respeito da reintrodução do imposto de importação para pequenas encomendas internacionais. Haddad respondeu que o governo ainda precisa de mais tempo para decidir sobre o assunto, mas apoiou a decisão dos governadores de aumentar o ICMS estadual. Ele criticou Kataguiri, afirmando que sua pergunta tentava “ideologizar” a discussão.
“Deputado Kim, o senhor sabe que o ICMS é um imposto estadual. Se o senhor é contra, deveria criticar os governadores que o estão cobrando”, respondeu Haddad, desafiando Kataguiri a criticar publicamente os governadores aliados. “O senhor vai criticar publicamente os governadores que o senhor apoia? Não, né? Não. Não fará isso. Pega o microfone e fala mal do Tarcísio. Vamos lá. Coragem, deputado”, provocou.
Haddad destacou a integridade dos empresários brasileiros e defendeu a escuta das preocupações levantadas por eles, criticando o uso das redes sociais para polêmicas. “Deputado, o varejo brasileiro é honrado. É feito de empresário honrados. A indústria brasileira é honrada. (…) As pessoas que mandaram esse documento para nós são honradas, merecem ser ouvidos pelo senhor. (…) Feche a porta para ouvir a parar de lacrar na rede”, afirmou.
Atualmente, compras internacionais abaixo de US$ 50 são tributadas apenas pelo ICMS. O tema foi incluído em uma emenda no projeto do Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que poderia ser votado ainda nesta quarta-feira pela Câmara dos Deputados.
Na audiência, Haddad também reconheceu as preocupações da indústria nacional e a necessidade de igualdade nas condições de venda, seja no mercado local ou internacional. “Venda é venda, seja local ou internacional. Ela tem que ser isonômica, é o meu entendimento”, concluiu.