Câmara e Cruz caminham rumo ao entendimento de que “uma mão lava a outra”

Clima ameno entre Executivo e Legislativo tem favorecido as investidas dos vereadores rumo à prefeitura. Isso porque, ao passo em que desejam maior penetração, o prefeito, que deve buscar a reeleição, quer o apoio dos legisladores

Postado em: 24-05-2024 às 07h30
Por: Felipe Cardoso
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A aposta se justifica pelo entendimento comum acerca da importância de cada um dos nomes que ali estão para seus projetos políticos | Foto: Reprodução

Alguns nomes da Câmara Municipal têm articulado intensamente pelos bastidores da política goianiense. A ideia é que alcancem maior penetração junto à prefeitura e, com isso, acabem indicando figuras estratégicas para posições no primeiro escalão – caso as mudanças por ora especuladas ocorram nas próximas semanas. 

A leitura é que a tacada pode dar certo. O clima ameno entre Executivo e Legislativo tem favorecido as investidas dos vereadores rumo à prefeitura. Isso porque, ao passo em que desejam maior penetração no Paço, o prefeito, que deve buscar a reeleição, quer o apoio dos legisladores. 

É natural que conforme as negociações sobre o período eleitoral que se aproxima vão se afunilando, cada vez mais os pré-candidatos se movimentem de olho em ampliar espaço em meio aos 35 vereadores da capital. 

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A aposta se justifica pelo entendimento comum acerca da importância de cada um dos nomes que ali estão para seus projetos políticos. É compreensível, inclusive, que Rogério Cruz (Republicanos), atual prefeito de Goiânia, tenha vantagem de ‘negociação’ em relação aos outros nomes pelo fato de deter o poder da máquina nas mãos. 

Por isso, o prefeito tem demonstrado maior empenho em atender os desejos da Casa. Ele disputa, e sabe disso, o apoio dos vereadores, principalmente, com Sandro Mabel (UB), o pré-candidato do governo que deve intensificar as investidas nos próximos meses. Ao menos por enquanto, não se fala em definição a troco de espaço, mas esse dia, avalia uma fonte, há de chegar.  

Recorrentemente, como já mostrado pela reportagem, se ouve que os vereadores são os “representantes legítimos” dos setores e bairros. Alguns chegam a ser vistos em determinadas localidades como figuras tão importantes, ou mais, que o próprio prefeito. E é de olho nesse ‘poder de influência’ que os pré-candidatos buscam pavimentar caminhos que possibilitem qualquer negociação que ofereça vantagem na briga pela principal prefeitura.

Por tal discernimento, o ex-pré-candidato à prefeito pela base governista, Jânio Darrot, não pensou duas vezes em buscar diálogo com a Câmara Municipal de Goiânia. Queria, claro, o apoio da Casa na jornada rumo ao ‘projeto dos sonhos’. O resultado até foi positivo. Os políticos demonstraram abertura e pediram, à época, que Jânio intensificasse as movimentações em regiões estratégicas da cidade. Depois, veio Mabel, que seguiu pelo mesmo caminho. 

De volta, porém, ao prefeito Rogério Cruz (Solidariedade), o gestor tem, hoje, a maioria da Casa. Apesar dos emedebistas ocuparem o protagonismo em número de vereadores — são onze — e, em paralelo, terem no horizonte a definição de que caminharão ao lado de Caiado, uma importante fatia do Parlamento segue como alvo de disputa e será, daqui até as convenções, assediada por muitos nomes que possuem real interesse no pleito.

O argumento é simples: é sabido que os vereadores podem auxiliar o prefeito, que podem fiscalizar o Executivo, que podem aprovar leis em função do bem-estar social, mas, quando o assunto passa pelas eleições, que podem muito mais do que tudo isso junto. Os parlamentares, a voz mais próxima do povo, têm, sobretudo, o poder de desequilibrar o jogo ao oferecer, a quem quer que seja, um importante pé nas costas. Em outras palavras, o empurrão que muitos querem e todos precisam.

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