Caiado rebate ministro do Turismo sobre destino do UB em 2026

Governador, que trabalha para se viabilizar candidato a presidente da República, cita ‘coerência’ com os partidos em que esteve, como PFL e DEM

Postado em: 27-05-2024 às 09h00
Por: Gabriel Neves Matos
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Governador, que trabalha para se viabilizar candidato a presidente da República, cita ‘coerência’ com os partidos em que esteve, como PFL e DEM. | Foto: Divulgação

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) rebateu o ministro do Turismo e correligionário, Celso Sabino, sobre a possibilidade de o União Brasil não ter candidatura ao Palácio do Planalto em 2026. O goiano disse, em entrevista aos jornalistas na sexta-feira (24), que acredita que a sua sigla lançará candidatura própria na próxima eleição presidencial.

Em entrevista ao jornal O Globo na semana passada, Sabino indicou que não vê probabilidade de o partido lançar candidato em 2026. “Eu entendo a vontade pessoal do governador Caiado, mas o União Brasil ainda não se posicionou em relação à candidatura presidencial para 2026. Inclusive eu, particularmente, penso que é muito mais provável que o União caminhe com o presidente Lula do que se arrisque em uma aventura de lançar um candidato”, disse o ministro. 

Caiado, que trabalha para se viabilizar como pré-candidato do União Brasil à Presidência da República, é o nome defendido hoje por uma ala considerável da legenda, incluindo o presidente nacional do partido, Antônio Rueda. Outra ala, a exemplo do ministro do Turismo, vê fortes chances de a sigla apoiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua eventual candidatura à reeleição. 

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Questionado por jornalistas se a tensão partidária poderia desaguar em uma troca de legenda — caso se confirmasse o apoio a Lula —, Caiado negou. “De maneira alguma. Até porque, modéstia à parte, eu tenho uma experiência partidária bem longa. Tenho uma vida partidária e jamais tive de sair do partido”, disse o governador de Goiás. 

“Eu tenho coerência com os partidos que estive, desde a minha fase de deputado federal. No PFL, Democratas, União Brasil. Nunca precisei sair do meu partido para poder atingir meus objetivos.”

O União Brasil comanda hoje três ministérios no governo federal — Turismo, Comunicações e Integração e Desenvolvimento Regional. A caminhada ao lado do PT, contudo, não tem tantos reflexos nas administrações das cidades brasileiras. Na eleição deste ano, por exemplo, o União Brasil terá candidatura própria em Goiânia, sendo representado pelo ex-deputado federal Sandro Mabel, nome apoiado por Caiado. Os petistas apostam na pré-candidatura da deputada federal Adriana Accorsi (PT), que disputará a Capital pela terceira vez.

Ainda repercutindo as declarações de Sabino, Caiado apontou que o União Brasil não deverá caminhar com Lula em 2026. “Entendo a fala dele, enquanto ele é ministro. Entendo que, às vezes, a pessoa tem dentro do seu estado, uma tendência por parte do governo local maior para fazer uma participação junto ao governo federal”, disse. E complementou falando das questões ideológicas: “Se você buscar o perfil do União Brasil, verá que 90% dos deputados e dos senadores não disputam voto do eleitorado petista e sim do nosso eleitorado. Então, é lógico que o partido, por ser o terceiro maior do País, não vai ser caudatário de nenhum outro partido.”

Parte da agitação existente no União Brasil quanto ao apoio a um nome na eleição presidencial de 2026 decorre da disputa pelo comando da legenda, que fora presidida durante décadas pelo deputado federal Luciano Bivar (PE). A executiva da sigla aprovou em 20 de março o afastamento de Bivar do cargo. Em seu lugar, assumiu o advogado Antônio Rueda (PE), que contou com apoio de Caiado e foi eleito pela maioria.

Nesta semana, Caiado estampa a capa da revista Veja junto a outros nomes da política nacional que trabalham para viabilizar seus nomes para a próxima eleição presidencial. Junto ao governador goiano, aparecem os possíveis candidatos da direita que tentarão herdar o espólio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível. 

A Veja aponta o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), como os próximos presidenciáveis e questiona: “Quem será o nome forte da direita em 2026?”. A publicação aponta a baixa popularidade nacional de Caiado e mostra que o goiano apresentará os bons índices de sua gestão estadual como trunfos para se aproximar do eleitorado bolsonarista. 

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