Presidente eleito, Jair Bolsonaro pede confiança ao eleitor

Ele disse, em ato de posse, que o voto é compromisso inquebrantável

Postado em: 11-12-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Ele disse, em ato de posse, que o voto é compromisso inquebrantável

Em ato de posse no Tribunal Superior Eleitoral, Jair Bolsonaro mostra diploma e se emociona

No discurso de diplomação, o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), prometeu ontem governar para todos, sem qualquer distinção ou discriminaçao. Bolsonaro pediu a confiança daqueles que não votaram nele. Também afirmou que o voto popular é um “compromisso inquebrantável”. Segundo ele, a construção de uma nação mais justa depende da “ruptura de práticas que retardaram o progresso no país”, como mentiras e manipulação.

“A partir de 1º de janeiro, serei o presidente dos 210 milhões de brasileiros. Governarei em benefício de todos sem distinção de origem social, raça, sexo, cor, idade ou religião”, afirmou o presidente eleito durante a cerimônia de diplomação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Bolsonaro disse que a diplomação representa o reconhecimento da decisão do eleitorado brasileiro, em “eleições livres e justas”. Agradeceu o trabalho da Justiça Eleitoral, o apoio da família e os 57 milhões de votos. Em primeiro lugar, agradeceu a Deus por estar vivo, após ter sido esfaqueado no início da campanha eleitoral. 

Afirmou que cumprirá sua determinação de transformar o país em um local de justiça social. “Eu me dedicarei dia e noite a um objetivo que nos une: a construção de um Brasil próspero, justo, seguro e que ocupe o lugar que lhe cabe no mundo.”

O presidente eleito lembrou que o Brasil deu um exemplo de respeito à democracia nas eleições de outubro. “Em um momento de profundas incertezas, somos um exemplo que a transformação pelo voto popular é possível. Este processo é possível. O nosso compromisso com o voto popular é inquebrantável. Os desejos de mudanças foram expressos nas eleições.”

Bolsonaro disse ainda que só com rupturas de algumas práticas haverá avanços. “A construção de uma nação mais justa e desenvolvida requer uma ruptura com práticas que retardaram o nosso progresso, não mais violência, não mais as mentiras, não mais manipulação ideológica, não mais submissão de nosso destino.”

Novas tecnologias 

Para o presidente eleito, as novas tecnologias demonstraram sua força nas urnas. “As eleições de outubro revelaram uma realidade distinta das práticas do passado. O poder popular não precisa mais de intermediação. As novas tecnologias permitiram uma eleição direta entre o eleitor e seus representantes. Esse novo ambiente, a crença na liberdade, é a melhor garantia dos ideiais que balizam a nossa Constituição.”

Bolsonaro agradeceu o apoio da família, citou a mulher Michelle, os cinco filhos e a mãe Olinda, de 91 anos. Ao mencionar o nome da caçula, Laura, 8 anos, acenou para a menina que estava sentada na plateia. 

Secom

O futuro ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, confirmou ontem que a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) não ficará mais sob sua responsabilidade e será vinculada à Secretaria de Governo. À frente da Secom ficará o publicitário Floriano Barbosa de Amorim Neto, assessor do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho de Bolsonaro. 

Rosa Weber defende direitos humanos  

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, defendeu ontem os direitos humanos durante cerimônia de diplomação do presidente eleito, Jair Bolsonaro, e do vice, general Hamilton Mourão.

A diplomação é o último passo formal para que a chapa vencedora das eleições presidenciais de outubro possa tomar posse no dia 1º de janeiro.

Rosa Weber discursou após Bolsonaro e lembrou que é comemorado nesta segunda-feira (10) 70 anos da aprovação da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Para a ministra, a declaração assegurou que todos devem ser tratados igualmente e que as minorias devem ser respeitadas.

“A democracia é também exercício constante de diálogo e de tolerância, de mútua compreensão das diferenças, sopesamento pacífico de ideias distintas, até mesmo antagônicas, sem que a vontade da maioria, cuja legitimidade não se contesta, busque suprimir ou abafar a opinião dos grupos minoritários, muito menos tolher ou comprometer os direitos constitucionalmente assegurados”, disse. 

Deputada critica ministra por discurso 

A deputada federal eleita Joice Hasselmann (PSL-SP) afirmou hoje (10) que a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, fez um discurso “fora de tom e de propósito” em defesa dos direitos humanos durante a diplomação do presidente eleito, Jair Bolsonaro, e do vice-presidente, Hamilton Mourão.

Nas redes sociais, Joice Hasselmann considerou o pronunciamento inadequado.

“Nosso presidente, agora diplomado, fez um discurso simples, de união e de agradecimentos”. (Agência Brasil) 

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