Base de Rogério Cruz tende a ser desidratada na Câmara de Goiânia

Com o início da campanha eleitoral de 2024 cada vez mais próximo, vereadores que hoje compõem a base de Cruz, em especial os emedebistas, tendem esfriar o discurso em defesa do prefeito

Postado em: 31-05-2024 às 07h30
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: Base de Rogério Cruz tende a ser desidratada na Câmara de Goiânia
À medida que as eleições municipais se aproximam, os pré-candidatos postos buscam com unhas e dentes trazer o maior número de vereadores para sua rede de apoio | Foto: Secom

Conforme se aproximam as eleições de 2024,  o comentário é que as posições políticas de players estratégicos tendem a se tornar cada vez mais claras. Com a Câmara Municipal de Goiânia, um importante reduto da política goianiense, a situação não poderia ser diferente. A Casa de Leis, todos sabem, é um importante espaço de expressão popular. Se na política existisse uma hierarquia tão clara quanto no militarismo, pode-se dizer que os vereadores teriam a mais baixa patente. Em contrapartida, não há como negar que são os políticos que estão mais próximos do povo, dos bairros, e, consequentemente, dos anseios da população. 

Não à toa essa penetração da Câmara é tão cobiçada por agentes políticos que buscam alçar voos mais altos. À medida que as eleições municipais se aproximam, os pré-candidatos postos buscam com unhas e dentes trazer o maior número de vereadores para sua rede de apoio. E a briga tende a ser grande.

Nesse contexto é que já começa a ser ventilada a informação de que o atual prefeito, Rogério Cruz (Solidariedade) deve começar a perder força entre as lideranças. Hoje, de fato, a base do prefeito é ampla. Ele tem a maioria absoluta dos vereadores que saem, quando necessário, em sua defesa.  Nem todos, porém, devem caminhar com Rogério em seu projeto rumo à reeleição, e quando a briga entre os pretendentes do Paço começar ‘pra valer’ os parlamentares não poderão adorar a dois deuses. 

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Pela ‘parceria’ que muitos tiveram com o Executivo municipal ao longo dos últimos quatro anos, é provável, na leitura de uma das fontes consultadas pela reportagem, que Rogério não seja atacado. “Mas também não será defendido”, complementa. O principal imbróglio no que diz respeito à atual parceria de Cruz com o Legislativo passa pela figura dos emedebistas. 

Os vereadores que compõem a bancada do MDB não só são aliados do prefeito como representam um grande número na Casa. Eles, que fizeram a defesa do gestor nos últimos quatro anos, devem caminhar junto ao pré-candidato da base governista. Sandro Mabel, o escolhido de Caiado para a disputa, precisa, e sabe disso, suar a camisa para chegar lá. E para isso deve exigir, por meio de Ronaldo Caiado, o apoio visceral dos vereadores da Câmara que darão início, nas próximas semanas, à defesa de seu nome. 

Em paralelo a esse cenário, começa a ganhar força o comentário de que uma nova Comissão Especial de Inquérito (CEI) está a caminho. A instalação de uma nova investigação é tudo que Rogério Cruz não quer neste momento. Não bastasse o desgaste acumulado pelas investigações que foram feitas na Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), agora, a conversa é que os vereadores querem jogar luz às incontáveis controvérsias identificadas na saúde municipal. 

Os vereadores buscam saber, dentre outras coisas, os motivos pelos quais a Companhia Municipal de Processamento de Dados do Município de Goiânia (Comdata) ainda não foi liquidada, apesar de estar desativada há cerca de 13 anos. 

Auxiliares da Casa ouvidos pela reportagem afirmam que em função das questões burocráticas, mesmo que a CEI atinja o número suficiente de assinaturas para ser instalada, ela deve ficar para o segundo semestre. Apesar disso, o simples fato do assunto começar a ser tratado é visto como suficiente para trazer prejuízos significativos a um projeto já um tanto quanto desafiador. 

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