As estratégias políticas pelo Governo de Goiás em 2026

Por ora, ao menos três nomes são considerados ‘cotadíssimos’ para as eleições daquele ano. E mais do isso: trabalham incansavelmente a fim de ampliarem o capital político a partir das eleições que se aproximam

Postado em: 01-06-2024 às 05h30
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: As estratégias políticas pelo Governo de Goiás em 2026
Se engana quem pensa que a disputa eleitoral só começa, de fato, quando é dada a largada para início das campanhas | Fotos: Reprodução

Cada vez mais, políticos do alto escalão se movimentam com antecedência em relação às eleições futuras. Se engana quem pensa que a disputa eleitoral só começa, de fato, quando é dada a largada para início das campanhas. Pelo contrário, quando a Justiça Eleitoral dá sinal verde, muitos nomes chegam à corrida munidos de costuras estabelecidas com antecedência. Muito, inclusive, já se fala sobre as eleições de 2026. Não raro, é possível ouvir comentários também sobre 2030. 

É nesse contexto que algumas figuras já se movimentam pelos bastidores da política goiana de olho na cadeira atualmente ocupada pelo governador Ronaldo Caiado (UB). Por ora, ao menos três nomes são vistos como “cotadíssimos” para o Governo de Goiás nas eleições daquele ano. São eles: Daniel Vilela (MDB), Wilder Morais (PL) e Marconi Perillo (PSDB). 

O primeiro deles, é tido como “natural”. Por ser vice-governador de Goiás terá condições de brigar por seu lugar no governo munido de uma das mais cobiçadas ferramentas: a máquina pública. Daniel, além de ser, hoje, o nome que conta com o apoio de Caiado, é jovem e tem demonstrado boa performance nas oportunidades que teve de segurar a caneta. 

Continua após a publicidade

O vice-governador esteve na posição de Caiado em ao menos seis situações. A visão de analistas e aliados é que o emedebista já “se acostuma” com a cadeira, que deve herdar em 2026, antes das eleições. Segundo o presidente metropolitano do MDB, Agenor Mariano, as viagens de Caiado têm servido para preparar o emedebista que tem correspondido à altura ao demonstrar “maturidade” no exercício do cargo.

“Tem se mostrado humilde, também. Existe uma simbologia em assumir o poder, mas Daniel permanece na sala de vice, onde despacha mesmo como interino. Isso demonstra um grande respeito da parte dele com o governador, pois não tem vaidade”, destaca Agenor Mariano. Questionado se Daniel estaria pronto para o cargo, o presidente metropolitano diz “preparadíssimo”. 

Pensando em chegar forte ‘lá na frente’, o MDB, por meio de Daniel, tem estruturado o maior número de candidaturas Goiás afora. O partido não terá cabeça de chapa em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis, maiores colégios eleitorais do Estado. Ainda assim, a direção estadual planeja ter nomes na disputa às prefeituras em, pelo menos, 80 cidades. “Considerando-se prefeitos e vice-prefeitos, esse número deve dobrar”, informa a direção da sigla. 

Mas não só Daniel está ‘mexendo o doce’ de olho na briga de 2026. O nome do bolsonarismo, senador Wilder Morais, também tem interesse no posto e já trabalha para isso. Mesmo que não leve, em 2024, a maior parte das prefeituras de Goiás, o comentário é que a direção do PL não abre mão de cidades estratégicas onde pulsa o bolsonarismo. 

Wilder tem estruturado campanhas em diversos lugares, em especial os ligados ao agronegócio. A sigla já conta com nomes fortes em Catalão, Cristalina e Jataí, por exemplo. Mas em dois municípios, especificamente, o bolsonarismo deve entrar na briga com gosto de sangue: Goiânia e Rio Verde. A capital, como tal, tem um peso simbólico inestimável. Se ganhar em Goiânia, o bolsonarismo ganha em todos os sentidos e estará na vantagem em relação às demais siglas. Rio Verde, por sua vez, é o coração do bolsonarismo no Estado e uma das mais importantes cidades no que diz respeito ao PIB goiano. Ciente da importância de ambas, o PL deve mergulhar com força pelas prefeituras de cada uma delas. 

O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) também trabalha com o sonho de recuperar o poder. Ele tem investido em fazer mais prefeitos em 2024 para chegar forte em 2026. Recentemente, assumiu o comando nacional do partido e ampliou consideravelmente seu protagonismo a nível nacional. Marconi fala quase diariamente com os principais veículos de comunicação e tem ao menos mais dois anos para resgatar a figura de líder que já teve um dia. Se conseguir fortalecer seu projeto terá chances de bagunçar, e muito, a disputa de 2024, preocupando, principalmente, o time governista – leia-se: o alvo dos ataques naquele ano. 

Caiado também se movimenta

Até o próprio governador já desenha seu futuro e articula com o desejo de disputar a cadeira de presidente da República em 2026. Conforme mostrado pelo O HOJE na edição da última quinta-feira (30),  o governador Ronaldo Caiado pode estar vivendo uma nova fase na relação política com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo a colunista Bela Megale, do jornal O Globo, a resistência do ex-mandatário sobre apoiar Caiado tem arrefecido nos últimos dias. 

Integrantes do PL indicam que Bolsonaro está dando sinais de que pode ser um cabo eleitoral do governador de Goiás numa eventual disputa pelo Palácio do Planalto na próxima eleição presidencial. A conquista do apoio do ex-presidente seria, na prática, a chancela ao nome de um candidato da direita à Presidência. Em outras palavras, o grande antagonista ao projeto esquerdista comandado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Veja Também