Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Movimentações de Bruno antecipam projeto de poder maior, avalia cientista

Presidente da Alego articula indicações em pré-candidaturas do União Brasil e do PSD, de olho em 2026

Postado em: 04-06-2024 às 07h30
Por: Gabriel Neves Matos
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Peixoto, que comanda bloco formado por PSB, PRD, Agir e Avante, articula opções para a vice dos pré-candidatos do União Brasil e do PSD na Capital | Foto: Carlos Costa/Alego

As movimentações do presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (União Brasil), em torno das pré-candidaturas de Sandro Mabel (União Brasil) e Vanderlan Cardoso (PSD) à Prefeitura de Goiânia já são interpretadas como uma antecipação de um projeto que estima galgar espaços políticos ainda mais altos. 

Peixoto, que comanda bloco formado por PSB, PRD, Agir e Avante, articula opções para a vice dos pré-candidatos do União Brasil e do PSD na Capital. A tendência, caso se confirmem as indicações do diretor legislativo Thiago Albernaz (MDB), para a vice de Mabel, e do presidente metropolitano do PSB, Vinícius Cirqueira, para a vice de Vanderlan, é que ocorra divisão, conforme vem noticiando a imprensa local.

No mês passado, O HOJE mostrou que Cirqueira tem mantido conversas ao telefone com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e também com o presidente da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), Sandro Mabel. Ao analisar o atual estado de coisas, o presidente metropolitano do PSB disse que existe uma tendência de o grupo de Bruno Peixoto caminhar com Mabel na eleição em Goiânia. 

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“É uma questão sintomática sobre uma série de aspectos. Do ponto de vista do Bruno Peixoto, demonstra uma capacidade de impor um projeto político próprio. Isso mostra que ele tem ambições de galgar espaços mais altos e é uma resposta ao fato de ele ter sido tirado da campanha por Goiânia também”, analisa o cientista político Guilherme Carvalho. 

Ainda no início deste ano, o presidente da Alego foi preterido a disputar a prefeitura de Goiânia e chegou a afirmar que focaria no plano de ser eleito deputado federal em 2026. À época, o governador Ronaldo Caiado teria ficado descontente com o fato de Peixoto antecipar a pré-campanha pela Capital. Ele era o nome cotado para ser viabilizado pela base governista. 

Na busca de alguém que atendesse o mesmo requisito de perfil gestor, Caiado ainda fez tentativas com os nomes do ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot (MDB) e a advogada Ana Paula Rezende (MDB), sem sucesso, antes de oficializar apoio a Sandro Mabel.

“É como se ele dissesse ao governador: ‘Olha, você me tirou, mas eu ainda tenho o que palpitar e articular aqui dentro’”, diz o cientista político. De acordo com informações de bastidores, Peixoto deverá ser acolhido pelo PSB num futuro não tão distante. O partido tem aberto espaço para o presidente da Casa migrar de sigla.

“Existe também um projeto de continuidade do governo para 2026. A base é muito ampla”, afirma Guilherme Carvalho. “2024 representa o primeiro grande racha na base de Caiado, a começar pela permanência do Vanderlan como candidato. Uma eventual derrota dele acaba por demonstrar que existem vários interessados para articular para 2026. Se Vanderlan perder agora, ele fica sem opções para reeleição.”

Segundo o cientista político, essa hipótese colocaria o pré-candidato do PSD em linha de confronto diretamente com o vice-governador Daniel Vilela (MDB), que por sua vez não tem conseguido se movimentar politicamente para se firmar como líder do grupo de Caiado, apesar de dar sinais na gestão. “Isso faz com que líderes como o Bruno Peixoto enxerguem uma janela de oportunidade de poder e para ocupar um espaço maior”, ressalta Carvalho. 

Essas leituras estão conectadas todas a 2026 e estão diretamente ligadas a pergunta de quem vai conseguir projetar poder para suceder Caiado, observa o cientista político. “A sucessão não é automática. Não é porque Daniel é vice que as coisas vão acontecer dessa forma. Ele tem menos de um ano para conseguir se viabilizar dessa forma. Se isso não acontecer, tem uma fila longa de pessoas que querem esse espaço.”

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