Gayer busca espaço entre lideranças da Câmara Municipal

Pré-candidato do PL fez discurso de três minutos no plenário e dialogou com vereadores sobre plano para Goiânia

Postado em: 05-06-2024 às 05h30
Por: Redação
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Em visita a Goiânia em abril, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cravou o nome de Gayer como pré-candidato a prefeito da Capital | Foto: Milena Cristina/Câmara Municipal de Goiânia

Felipe Cardoso e Gabriel Neves 

A convite do vereador Willian Veloso (PL), o deputado federal e pré-candidato a prefeito de Goiânia, Gustavo Gayer (PL), visitou ontem (4) a Câmara Municipal da Capital e acenou às lideranças locais acerca do seu projeto para trabalhar no Paço Municipal, caso seja eleito em outubro. 

Gayer fez discurso de cerca de três minutos no plenário da Casa em que defendeu que sejam escolhidas “pessoas disponíveis a lutar pela nossa cidade” no pleito deste ano e criticou o processo de “degradação acelerada” pelo qual passa Goiânia.

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“Não sei o que acontecerá em outubro deste ano, não sei quem estará como prefeito no ano que vem e nem qual a constituição dos vereadores desta Casa, mas acho que está na hora de nos doarmos por essa cidade e colocar os interesses de lado”, declarou Gayer.

Antes de discursar, o parlamentar tirou fotos e gravou vídeos com apoiadores presentes na Casa. Ao cumprimentar a mesa, brincou com o pré-candidato a vice-prefeito em sua chapa, Fred Rodrigues (PL), chamando-o de “meu Braga Netto, meu Rogério Cruz”. 

Em seguida, Gayer foi recebido em um coquetel na sala da presidência da Câmara. De acordo com relatos de vereadores ouvidos pelo HOJE, não foram feitas tratativas com o pré-candidato que, em linhas gerais, reforçou os argumentos proferidos em plenário e dialogou sobre a cidade com os parlamentares. 

Antes de Gayer, o ex-deputado Sandro Mabel (União Brasil) e a deputada federal Adriana Accorsi (PT), ambos pré-candidatos a prefeito de Goiânia, também visitaram a Câmara no intuito de abrir diálogo com os vereadores. Na avaliação de um parlamentar, entre os três, o pré-candidato do PL é o que demonstrou “menos entusiasmo” com a possibilidade de ser o próximo prefeito da Capital e que, em uma visão otimista, só será possível crer na candidatura dele a partir das convenções partidárias, em agosto.  

Em visita a Goiânia em abril, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cravou o nome de Gayer como pré-candidato a prefeito da Capital. Na ocasião, o deputado foi questionado sobre possível formação de chapa com Sandro Mabel, nome apoiado pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil). O parlamentar afirmou não haver chance para a possibilidade. “O PL vai ter candidatura própria e eu sou o candidato”, disse Gayer.

Conforme mostrou reportagem do HOJE no início do ano, o PL goiano tem dado demonstrações de que surfará na onda da polarização política que marcou a eleição presidencial de 2022. A possível nacionalização do debate feita pela sigla vai na contramão da proposta de outras legendas como PT, PSD e União Brasil, que apostam fichas em pré-candidatos que têm o trabalho com gestão como principal ativo. 

Na segunda-feira (3), Gayer foi sabatinado por empresários goianos em almoço no Sindicato dos Condomínios e Imobiliárias de Goiás (Secovi Goiás). Ao lado do senador Wilder Morais, presidente estadual do PL, do deputado estadual Eduardo Prado (PL) e de Fred Rodrigues, Gayer enfatizou os planos de dar oportunidades para a iniciativa privada em diversas ações do Paço Municipal, caso seja eleito. 

Parlamento é objeto de desejo dos pré-candidatos 

Conforme as negociações sobre o período eleitoral que se aproxima vão se afunilando, cada vez mais os pré-candidatos à prefeitura de Goiânia se movimentam de olho em ampliar espaço em meio aos 35 vereadores da capital. A aposta se justifica pelo entendimento comum acerca da importância de cada um dos nomes que ali estão para seus projetos políticos.

Recorrentemente se ouve que os vereadores são os “representantes legítimos” dos setores e bairros. Alguns chegam a ser vistos em determinadas localidades como figuras tão importantes, ou mais, que o próprio prefeito. E é de olho nesse ‘poder de influência’ que os pré-candidatos buscam pavimentar caminhos que possibilitem qualquer negociação que ofereça vantagem na briga pela principal prefeitura de Goiás. 

Por tal discernimento, o ex-pré-candidato à prefeito pela base governista, Jânio Darrot, não pensou duas vezes em buscar diálogo com a Câmara Municipal de Goiânia. Queria, claro, o apoio da Casa na jornada rumo ao ‘projeto dos sonhos’. O desenrolar dessa história, no entanto, todos conhecem. 

Depois foi vez do empresário Sando Mabel entrar em cena como escolhido da base governista.  Tal qual seu antecessor, não titubeou na aposta de querer a Câmara ao seu lado. Buscou imediatamente uma aproximação com a Casa, dias depois da  mesma abrir diálogo com Darrot. 

O prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) tem a máquina na mão e conta, hoje, com a maioria da Casa. Mas essa base, como mostrado pelo O Hoje, pode ser desidratada nos próximos meses. Com isso, o Parlamento segue como alvo de disputa e serão, daqui até as convenções, assediados por muitos nomes que possuem real interesse no pleito.

O argumento é simples: é sabido que os vereadores podem auxiliar o prefeito, que podem fiscalizar o Executivo, que podem aprovar leis em função do bem-estar social, mas, quando o assunto passa pelas eleições, que podem muito mais do que tudo isso junto. Os parlamentares, a voz mais próxima do povo, têm, sobretudo, o poder de desequilibrar o jogo ao oferecer, a quem quer que seja, um importante pé nas costas. Em outras palavras, o empurrão que muitos querem e todos precisam.

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