Foragidos do 8 de janeiro pedem refúgio na Argentina

Ao menos 65 bolsonaristas investigados pela Polícia Federal cruzaram a fronteira sem controle migratório

Postado em: 06-06-2024 às 19h50
Por: Vitória Bronzati
Imagem Ilustrando a Notícia: Foragidos do 8 de janeiro pedem refúgio na Argentina
O Brasil planeja solicitar a extradição dos foragidos que buscaram refúgio na Argentina | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Foragidos dos ataques contra as sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023 entraram na Argentina e pediram refúgio no país, aponta a Operação Lesa Pátria, conduzida pela Polícia Federal. Nesta quinta-feira (6), foi deflagrada uma nova fase da Operação, a fim de prender envolvidos e monitorar os fugitivos dos ataques de 8 de janeiro de 2023.

Segundo a Polícia Federal (PF), ao menos 65 pessoas que participaram dos ataques estão atualmente foragidas na Argentina. Os investigados conseguiram entrar no país vizinho sem passar pelos controles migratórios tradicionais. Apesar disso, elas estão sendo monitoradas pelas autoridades argentinas.

A PF acredita que os fugitivos podem ter usado diversas táticas para burlar a fiscalização na fronteira, como atravessar a fronteira escondidos em porta-malas de carros, caminhar pela ponte que liga os dois países ou atravessar o Rio Paraná.

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Os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília resultaram em um amplo esforço de investigação e captura dos responsáveis, envolvendo diversas fases da Operação Lesa Pátria. Nesta última fase, deflagrada na quinta-feira, a PF prendeu 49 foragidos e cumpriu 208 medidas judiciais emitidas pelo Supremo Tribunal Federal em 18 estados e no Distrito Federal, incluindo detenções e a reinstalação de tornozeleiras eletrônicas em indivíduos monitorados.

No sábado (1º), deputados federais alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo Eduardo Bolsonaro (PL-SP), participaram de um evento em Buenos Aires sobre liberdade de expressão. Durante o evento, esses deputados pediram asilo político para os envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro.

O Brasil, por meio da Polícia Federal, planeja solicitar a extradição dos foragidos que buscaram refúgio na Argentina. Esse pedido de extradição visa garantir que todos os envolvidos nos ataques sejam devidamente processados pela justiça brasileira.

Os ataques de 8 de janeiro representaram um momento crítico na história recente do Brasil, com invasões e atos de vandalismo nas sedes do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal. A resposta das autoridades brasileiras tem sido intensa, com investigações em andamento e uma série de operações destinadas a identificar, prender e processar todos os responsáveis.

A operação incluiu ações coordenadas em diversos estados brasileiros. As medidas judiciais cumpridas incluem tanto prisões temporárias quanto preventivas, além da reinstalação de dispositivos de monitoramento eletrônico em indivíduos que já estavam sob vigilância.

A fuga dos envolvidos para a Argentina e a solicitação de refúgio no país vizinho complicam ainda mais a situação, exigindo cooperação internacional para assegurar que os responsáveis enfrentem a justiça no Brasil. A extradição, se concedida, permitirá que os acusados sejam trazidos de volta ao Brasil para responderem por seus atos.

A operação Lesa Pátria continua sendo uma prioridade para as autoridades brasileiras, que estão determinadas a levar todos os envolvidos à justiça. A colaboração com outros países, como a Argentina, será crucial para o sucesso dessa missão. As próximas etapas da operação podem incluir novas prisões e medidas judiciais, à medida que as investigações avançam e mais detalhes sobre a fuga e o paradeiro dos envolvidos são revelados.

A situação permanece em desenvolvimento, com as autoridades brasileiras trabalhando em estreita colaboração com seus homólogos argentinos para monitorar e, eventualmente, capturar os fugitivos. A extradição dessas pessoas será um passo significativo para garantir que a justiça seja feita e que os responsáveis pelos ataques de 8 de janeiro enfrentem as consequências de seus atos.

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