MBL em Goiás avança em número de fichas para criação de partido

Movimento tem pré-candidatos a vereadores pelo Solidariedade e Cidadania, mas não vai apoiar nenhum nome à prefeitura do Estado

Postado em: 07-06-2024 às 05h30
Por: Francisco Costa
Imagem Ilustrando a Notícia: MBL em Goiás avança em número de fichas para criação de partido
No fim do ano passado, o MBL anunciou, durante a 8ª edição do congresso do grupo, em São Paulo, o logo e o nome do partido que pretende criar para as eleições de 2026 | Foto: Reprodução

O Movimento Brasil Livre (MBL) em Goiás já coletou e enviou mais de 15 mil fichas para criação do partido Missão e aguarda validação nacional. “Acreditamos no projeto e seguimos cumprindo os prazos. A perspectiva geral é a de que teremos legenda já para 2026”, afirma Marco Berquó, coordenador do MBL no Estado.

No fim do ano passado, o MBL anunciou, durante a 8ª edição do congresso do grupo, em São Paulo, o logo e o nome do partido que pretende criar para as eleições de 2026. A arte é a ilustração de uma onça-pintada junto com o nome da futura sigla, Missão, e conta com as cores amarelo, preto e branco.

À época, Berquó afirmou que, em Goiás, o grupo estava em mais de 100 municípios. “A militância foi treinada e estruturada para conseguir proceder com a coleta em menos de dois anos, que é o prazo estipulado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”, lembrou ao reforçar a força do MBL em Goiás.

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Ainda naquele momento, ele citou que o movimento tinha um pré-candidato a vereador, em Goiânia. João Noleto atua gerenciando as equipes de coletas com o apoio dos demais diretores regionais do movimento.

Em conversa recente, ele reforça a pré-candidatura. “O MBL terá candidatura própria oficial em Goiânia e em Anápolis. Em Goiânia será o João Victor Noleto e em Anápolis, o Luiz Fernando.” Segundo ele, ambos têm apoio da direção nacional.

Legendas que abrigam

Pela ausência de partido, membros do movimento se aproximaram de algumas siglas para ocupar cargos públicos. O maior expoente do grupo, Kim Kataguiri, é deputado federal pelo União Brasil. Outros partidos são o Podemos e o Patriota, mas houve desgaste.

Ex-deputado estadual de São Paulo, Arthur do Val deixou o Podemos em março de 2022 por causa de uma expulsão iminente. Posteriormente, ele foi cassado por causa de falas sexistas relacionadas a refugiadas ucranianas. À época, ele disse que as vítimas da guerra eram “fáceis, porque são pobres”.

Ele viajou com Renan Santos, outro membro da direção do MBL, para a Ucrânia, quando houve a fala polêmica. Dentro do movimento, eles seguem e forte e aparecem, inclusive, junto com Kim, na divulgação dos pedidos de coleta de assinatura.

Em Goiás, João Noleto está filiado no Solidariedade, mesmo partido do prefeito Rogério Cruz. Já Luiz Fernando, está pelo Cidadania. Apesar das filiações, Berquó diz que as participações do MBL vão se resumir aos pré-candidatos da legenda. “Oficialmente, não temos pré-candidatos à prefeitura.” Ou seja, não haverá apoio a postulantes aos Paços.

Criação de partido

Para criar um partido, existe uma série de exigências. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), primeiro 101 eleitores precisam fazer o programa e o estatuto da legenda. Eles precisam estar distribuídos em, pelo menos, nove entes da federação.

Depois, é preciso apresentar ao cartório de registro civil um requerimento das pessoas jurídicas. O programa e o estatuto da legenda, então, deverá ser publicado no Diário Oficial da União. A partir deste momento, o grupo tem 100 dias para dar a chamada “notícia de criação” ao TSE. Aí, eles precisam do apoio de eleitores sem filiação em outros partidos.

O mínimo é de 0,5% dos votos válidos do último pleito para a Câmara dos Deputados. E estes ainda devem estar distribuídos em um terço dos entes (nove estados ou oito e o DF), representando, pelo menos, 0,1% do eleitorado de cada uma dessas unidades. Por fim, é preciso começar o registro de partido político nos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e, por último, no TSE.

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