Ministro das Comunicações de Lula é indiciado por corrupção

O ministro é suspeito de participar de esquema que desviou, no mínimo, R$ 835,8 mil

Postado em: 12-06-2024 às 13h05
Por: Luan Monteiro
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O ministro é suspeito de participar de esquema que desviou, no mínimo, R$ 835,8 mil. | Foto: Flickr

A Polícia Federal (PF) indiciou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (UB-MA), por suspeita de participação em organização criminosa e crime de corrupção passiva. O ministro é suspeito de participar de esquema que desviou, no mínimo, R$ 835,8 mil referentes a obras de pavimentação custeadas com dinheiro público da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

A investigação apura suposto desvio de emendas parlamentares para a pavimentação de ruas de Vitorino Freire, no interior do Maranhão, cidade que é comandada pela irmã de Juscelino, Luanna Rezende. Luanna chegou a ser afastada do cargo em 2023, mas retomou o mandato.

Entre os elementos utilizados pela PF está um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre uma obra que beneficiou propriedades da família do ministro de Lula. O relatório final do caso foi enviado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino.

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O inquérito tinha como foco, inicialmente, apurar possíveis desvios em obras da Codevasf, em especial executadas pela empresa Construservice. De acordo com a PF, um dos sócios ocultos da empresa é o empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo DP. Juscelino Filho passou a ser investigado após mensagens entre ele e Eduardo DP serem encontradas no celular do empresário.

De acordo com a PF, as mensagens reforçam a “atuação criminosa de Juscelino Filho” e demonstram que a “sua função na Orcrim (organização criminosa) era conhecida por todos os membros” do suposto grupo chefiado por Eduardo DP. “Resta cristalina a relação criminosa pactuada entre Juscelino Filho e Eduardo DP”, diz um trecho de um relatório.

Em nota, Juscelino Filho respondeu às acusações. O “indiciamento é uma ação política e previsível, que parte de uma apuração que distorceu premissas, ignorou fatos e sequer ouviu a defesa sobre o escopo do inquérito”. O ministro das Comunicações afirmou, também, que confia na Justiça. “A Justiça é a única instância competente para julgar, e confio plenamente na imparcialidade do Poder Judiciário”, disse o ministro.

“Minha inocência será comprovada ao fim desse processo, e espero que o amplo direito de defesa e a presunção de inocência sejam respeitados”, concluiu a nota.

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