PF apreende helicóptero ligado a investigado em Goiânia 

Autoridades afirmam que crime ocorreu nas eleições de 2022 com registro de candidaturas falsas

Postado em: 13-06-2024 às 06h00
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: PF apreende helicóptero ligado a investigado em Goiânia 
Autoridades afirmam que crime ocorreu nas eleições de 2022 com registro de candidaturas falsas | Foto: Reprodução

Goiânia amanheceu nesta quarta-feira (12) com a Polícia Federal (PF) buscando documentos e bens de investigados de compor grupo que teria desviado, segundo a corporação, ao menos R$ 35 milhões do Partido Republicano da Ordem Social (Pros), que agora, depois de fusão, é Solidariedade. 

A PF, durante as investigações, concluiu que o valor teria sido apropriado, supostamente de forma criminosa, em ocasião das eleições de 2022, quando a agremiação teria utilizado “candidaturas laranjas ao redor do país, de superfaturamento de serviços de consultoria jurídica e desvio de recursos partidários destinados à Fundação de Ordem Social (FOS) – fundação do partido”.

A ação foi batizada pelos policiais de “Operação Fundo no Poço” e cumpriu, até o final do dia de ontem, sete mandados de prisão preventiva, 45 mandados de busca e apreensão em dois estados (Goiás e São Paulo) e no Distrito Federal (DF).

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Em Goiás, mais especificamente em Goiânia, a PF encontrou um helicóptero usado pelo presidente nacional do Solidariedade, Eurípedes Júnior. O político é goiano. A Justiça Eleitoral do DF determinou bloqueio e indisponibilidade de R$ 36 milhões e o sequestro judicial de 33 imóveis.

Desvio milionário

As investigações tiveram início a partir de denúncia de um então presidente do partido “em desfavor de um ex-dirigente suspeito de desviar aproximadamente R$ 36 milhões”, informou a PF.

Ainda segundo os investigadores, foi constatada lavagem de dinheiro “por meio da constituição de empresas de fachada, aquisição de imóveis por meio de interpostas pessoas e superfaturamento de serviços prestados aos candidatos laranjas e ao partido”.

As investigações abrangem crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, furto qualificado, apropriação indébita, falsidade ideológica eleitoral e apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.

O presidente nacional do Solidariedade, Eurípedes Júnior, é um dos sete alvos de mandado de prisão que estão sendo cumpridos pela Polícia Federal nesta quarta-feira, 12, no âmbito da Operação Fundo no Poço.

Além de Eurípedes, outros ex-dirigentes e ex-candidatos da sigla nas eleições de 2022 também são alvos da operação. Cintia Lourenço da Silva, primeira tesoureira do Solidariedade; Alessandro Souza da Silva, candidato a deputado em 2022; Felipe Antônio Espírito Santo; Fabrício George Gomes dos Santos; Bruno Aurélio Rodrigues da Silva Pena; Jarmisson Gonçalves de Lima.

A reportagem do jornal O Hoje não conseguiu contato com a defesa dos citados pela corporação que investiga o caso a partir de denúncias que surgiram após uma denúncia de Marcus Vinícius, então líder do partido.

“Os atos de lavagem foram identificados por meio da constituição de empresas de fachada, aquisição de imóveis por meio de interpostas pessoas, superfaturamento de serviços prestados aos candidatos laranjas e ao partido”, informou a PF.

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