Encontro do UB em Goiás é preâmbulo de projeto político de Caiado

Partido reúne lideranças nacionais e locais e pavimenta caminho para 2026

Postado em: 15-06-2024 às 04h30
Por: Gabriel Neves Matos
Imagem Ilustrando a Notícia: Encontro do UB em Goiás é preâmbulo de projeto político de Caiado
Correligionários acreditam que este poderá ser o primeiro gesto mais expoente no projeto de Caiado ao Palácio do Planalto em 2026 | Foto: Reprodução

O encontro nacional do União Brasil que acontece neste fim de semana em Goiânia pavimenta o caminho para movimentos políticos importantes dos próximos dias. Com presenças confirmadas do recém-empossado presidente nacional do partido, Antônio Rueda, e do ex-prefeito de Salvador ACM Neto, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), será o anfitrião da reunião que acontecerá no Atlanta Music Hall. Correligionários acreditam que este poderá ser o primeiro gesto mais expoente no projeto de Caiado ao Palácio do Planalto em 2026.

Entre os destaques previstos do encontro está a oficialização do empresário Sandro Mabel como pré-candidato do União Brasil à Prefeitura de Goiânia. Ele, que tem uma longa trajetória política como deputado federal, assessor especial do ex-presidente Michel Temer (MDB) e presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), é a aposta do governador Caiado para a capital goiana.

Além de Mabel, outros dois nomes também devem ser oficializamos como pré-candidatos do mandatário em cidades estratégicas de Goiás pelo União Brasil. A servidora pública Eerizania Freitas disputará a Prefeitura de Anápolis, enquanto Vilmar Mariano tentará a reeleição à Prefeitura de Aparecida de Goiânia. A expectativa é de que mais de 6 mil pessoas compareçam ao evento — além de representantes dos 246 municípios goianos —, em demonstração de força política da sigla.

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O encontro nacional do União Brasil ocorre em um momento delicado para a legenda, em meio ao indiciamento do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), pela Polícia Federal. Ele é acusado de corrupção passiva, organização criminosa, falsidade ideológica e fraude em licitação, o que coloca uma nuvem de incerteza sobre a legenda. Escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda no período da transição de governo, em 2022, Juscelino não foi exonerado do cargo, apesar de especulações apontarem que a investigação da PF possui elementos significativos que o levariam à queda. Lula, que está em viagem ao exterior,  afirmou à imprensa que quer ter uma conversa tête-à-tête com o auxiliar assim que retornar ao Brasil. 

Por outro lado, o evento representa um passo estratégico para o governador Ronaldo Caiado, que busca consolidar seu nome como a principal opção da direita para a disputa à Presidência da República em 2026. Caiado é apontado por correligionários como o mais viável entre os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais. Reconhecido como um dos gestores mais bem avaliados do Brasil, Caiado não esconde suas ambições presidenciais e já se apresenta como pré-candidato, visando aumentar sua visibilidade nacionalmente.

Recentemente, Caiado rebateu o ministro do Turismo e correligionário, Celso Sabino, sobre a possibilidade de o União Brasil não ter candidatura ao Palácio do Planalto em 2026. O goiano disse, em entrevista aos jornalistas, que acredita que a sua sigla lançará candidatura própria na próxima eleição presidencial.

Numa entrevista ao jornal O Globo na ocasião, Sabino indicou que não vê probabilidade de o partido lançar candidato em 2026. “Eu entendo a vontade pessoal do governador Caiado, mas o União Brasil ainda não se posicionou em relação à candidatura presidencial para 2026. Inclusive eu, particularmente, penso que é muito mais provável que o União caminhe com o presidente Lula do que se arrisque em uma aventura de lançar um candidato”, disse o ministro.

Conforme o HOJE vem noticiando, o União Brasil comanda hoje três ministérios no governo federal — Turismo, Comunicações e Integração e Desenvolvimento Regional. A caminhada ao lado do PT, contudo, não tem tantos reflexos nas administrações das cidades brasileiras, como é o caso de Goiânia, por exemplo.

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