Filha de Eurípedes Jr usava dinheiro de partido para luxo, diz PF

Segundo a PF, a secretária do partido do qual o pai, que está foragido, é presidente foi flagrada gastando dinheiro de fundo eleitoral

Postado em: 15-06-2024 às 06h30
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: Filha de Eurípedes Jr usava dinheiro de partido para luxo, diz PF
Jheniffer Hannah Lima de Macedo aparece em fotografias vivendo vida de luxo com dinheiro que seria de fundo eleitoral | Foto: Reprodução

Enquanto a Polícia Federal (PF) não prende o presidente nacional do Solidariedade, Eurípedes Júnior, a corporação distribui, aos poucos, parte de informações do que se encontrou no âmbito da Operação Fundo do Poço, desencadeada para revelar segredos de como gente ligada ao partido – que parte antes era o Pros – desviou mais de R$ 35 milhões. 

Segundo a PF, ao menos duas filhas de Eurípedes estavam envolvidas no escândalo. Jheniffer Hannah Lima de Macedo, uma delas, inclusive, foi flagrada pelos policiais se utilizando da grana que seria destinada para o partido investir em campanhas eleitorais. 

Ainda conforme a apuração, a jovem foi beneficiada do fundo eleitoral para, além de ter sido colocada em cargos, mas também para bolsas de estudos e viagens internacionais. As informações foram publicadas pelo site Metrópoles. 

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Presidente nacional da legenda, Eurípedes Júnior é o principal nome investigado no âmbito das investigações que buscavam desmantelar, segundo a PF, uma organização criminosa que teria sido responsável por apropriação indevida de fundos partidários durante as eleições de 2022. As investigações apontam que o grupo desviava recursos por meio de despesas não relacionadas às atividades partidárias.

Jheniffer, que ocupou o cargo de vice-presidente do Pros em 2022, atualmente é secretária-executiva do Solidariedade. Ela também recebeu bolsa de estudos no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) e participou de diversas viagens dentro e fora do país. Em fevereiro deste ano, esteve Miami com o Eurípedes, o pai. .

Tudo começou quando, na quarta-feira (12), a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca, apreensão e prisão em Goiânia em busca de documentos e bens de investigados de compor grupo que teria desviado, segundo a corporação, ao menos R$ 35 milhões do Partido Republicano da Ordem Social (Pros), que agora, depois de fusão, é Solidariedade. 

A PF, durante as investigações, concluiu que o valor teria sido apropriado, supostamente de forma criminosa, em ocasião das eleições de 2022, quando a agremiação teria utilizado “candidaturas laranjas ao redor do país, de superfaturamento de serviços de consultoria jurídica e desvio de recursos partidários destinados à Fundação de Ordem Social (FOS) – fundação do partido”.

A ação foi batizada pelos policiais de “Operação Fundo no Poço” e cumpriu, até o final do dia de ontem, sete mandados de prisão preventiva, 45 mandados de busca e apreensão em dois estados (Goiás e São Paulo) e no Distrito Federal (DF).

PF encontrou em Goiânia um helicóptero usado pelo presidente nacional do Solidariedade, Eurípedes Júnior. O político é goiano. A Justiça Eleitoral do DF determinou bloqueio e indisponibilidade de R$ 36 milhões e o sequestro judicial de 33 imóveis.

Desvio milionário

As investigações tiveram início a partir de denúncia de um então presidente do partido “em desfavor de um ex-dirigente suspeito de desviar aproximadamente R$ 36 milhões”, informou a PF.

Ainda segundo os investigadores, foi constatada lavagem de dinheiro “por meio da constituição de empresas de fachada, aquisição de imóveis por meio de interpostas pessoas e superfaturamento de serviços prestados aos candidatos laranjas e ao partido”.

Além de Eurípedes, outros ex-dirigentes e ex-candidatos da sigla nas eleições de 2022 também são alvos da operação. Cintia Lourenço da Silva, primeira tesoureira do Solidariedade; Alessandro Souza da Silva, candidato a deputado em 2022; Felipe Antônio Espírito Santo; Fabrício George Gomes dos Santos; Bruno Aurélio Rodrigues da Silva Pena; Jarmisson Gonçalves de Lima.

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