Celina Leão, Izalci Lucas e os binóculos para 2026

Vice-governadora já garantiu apoio do atual mandatário, Ibaneis Rocha, ao passo que senador Izalci Lucas tenta ser candidato de Bolsonaro; há um racha na base bolsonarista

Postado em: 19-06-2024 às 05h30
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: Celina Leão, Izalci Lucas e os binóculos para 2026
No GDF, no entanto, o governador Ibaneis Rocha (MDB) já tem um alvo certo na disputa em 2026: uma das duas vagas ao Senado Federal | Fotos: Reprodução

A sucessão para o governo do Distrito Federal já tem ganhado contornos de uma disputa frenética pelo poder – o que não é nenhuma novidade. Em Goiás, ao menos na base governista, sabe-se que o vice-governador – e presidente do MDB – Daniel Vilela é o nome natural de Ronaldo Caiado, atual titular do cargo e morador da Casa Verde.

No GDF, no entanto, o governador Ibaneis Rocha (MDB) já tem um alvo certo na disputa em 2026: uma das duas vagas ao Senado Federal. Ao contrário de Caiado, que vai tentar, pelo menos é o que se tem construído no entorno do mandatário, é o Palácio do Planalto – com embate direto contra o petista Lula da Silva. 

Algo em comum com Goiás, no entanto, é que o governador do Distrito Federal – que teve a imagem intrinsecamente relacionada, até com afastamento, com os atos de vandalismo no 8 de janeiro do ano passado – também vai dar subsídio político para a vice, no caso a Celina Leão, por enquanto no Progressistas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Por ora não teria outro nome ao Palácio do Buriti. 

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Não tem muito tempo, durante uma agenda no DF, o governador reconheceu: “Eu pretendo me candidatar ao Senado em 2026. Celina assume para concluir o governo e, talvez, se for da vontade dela, deve ser candidata à reeleição”.

O problema é que GDF tornou-se um alvo forte dos que estão no front do bolsonarismo. Uma das principais aliadas de Jair Bolsonaro, a ex-ministra Damares (das Mulheres e Direitos Humanos) foi eleita senadora em 2022, pleito que o próprio ex-presidente saiu derrota na disputa contra seu principal rival, Luiz Inácio Lula da Silva. 

Pensando nisso, o objetivo do governador torna-se muito mais complicado: ele poderá ter de disputar com, nada mais do que, a própria esposa de Bolsonaro, a Michelle Bolsonaro. Ex-primeira-dama, ela tem demonstrado força no PL de Valdemar da Costa Neto por ter tornando-se uma importante liderança no PL Mulher, com forte interlocução com os evangélicos. 

Ibaneis, como afirmam colunas de política de Brasília, até gostaria de ter o apoio do staff político de Damares Alves. Ela tem sido, para a agenda da direita, uma parlamentar razoável. Não tem a expressividade midiática que alcançou nos tempos áureos de ministra – talvez a mais fortalecida desde o início do mandato de Bolsonaro, em 2018, sem muitos atritos e frituras. É considerada um sucesso pelo bolsonarismo. Sem dúvidas, Bolsonaro a enxerga como uma das cerejas de sua passagem pelo Alvorada. E garantia de manutenção de seu legado político no Senado Federal. 

Nos planos de Celina Leão rumo ao governo do Distrito Federal, no entanto, surge um nome conhecido: o senador Izalci Lucas, atualmente no Partido Liberal. Ele deixou o enfraquecido PSDB presidido pelo ex-governador goiano Marconi Perillo. 

Nos bastidores, ciscando ali e aqui, Izalci Lucas tem tentado chamar a atenção do ex-presidente Bolsonaro. O problema é que na crônica política pode correr muita água, com indefinição e definições para 2026. E tem muito jogo político porque vai ser um ano fundamental para a união de poderes em prol da Presidência da República.

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