Presidente da FAEG busca parcerias com prefeituras e com agricultor para auxiliar estado

José Mário Schreiner aponta problemas estruturais nas rodovias do Estado como maior desafio do setor

Postado em: 09-01-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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José Mário Schreiner aponta problemas estruturais nas rodovias do Estado como maior desafio do setor

Raphael Bezerra*

Os setores da agricultura em Goiás demonstram preocupação com o escoamento da safra plantada em 2018. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás, José Mário Schreiner, destacou como um dos principais desafios da federação, a busca de parcerias com as prefeituras e com o agricultor para auxiliar o estado na manutenção das rodovias goianas. No mesmo tom, o superintendente da agricultura, Antônio Carlos de Souza Lima Neto, demonstrou preocupação com o escoamento da safra, especialmente milho e soja, cuja colheita deve começar no fim de janeiro.

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De acordo com José Mário, um grande número de rodovias no estado não estão em boas condições e sem manutenção. Esse desafio, segundo o presidente da federação, tem sido discutido com produtores, prefeitos e a Agência Goiana de Transporte e Obras (Agetop). O plano é enfrentar os desafios financeiros vividos pelo estado para dar total condição aos produtores de escoarem a safra 2018/19. “Nós estamos em um bom início de safra. Muitas rodovias estão em situação crítica. Fizemos um levantamento e diversas estradas estão sem manutenção e muitas delas também não conta com malha asfáltica. Nosso grande desafio é financeiro. Por isso estamos buscando a parceria com as prefeituras e com os agricultores”, afirmou José Mário.

“Dependemos da manutenção e da conservação das nossas estradas. O setor produtivo necessita de condições favoráveis, já que a safra está plantada e logo iniciaremos a colheita e o escoamento. Para se ter uma ideia, um dos graves problemas em Goiás é a falta de infraestrutura. Gastamos quatro vezes mais do que outras regiões para levar nossos produtos ao porto. Isso tem que mudar”, ressaltou Schreiner.

O superintendente da Agricultura acrescentou sobre a parceria entre os diversos setores da agricultura para solucionar os problemas rodoviários do estado. “Estamos fortalecendo parcerias com as prefeituras e a Agência Goiana de Transporte e Obras (Agetop) no intuito de demonstrar a importância da manutenção das estradas para, consequentemente, dar condições para que a safra seja escoada a partir do fim do mês de janeiro”, afirmou. Segundo ele, o diagnóstico mostra os pontos com necessidade imediata de apoio na manutenção das rodovias.

De acordo com o 3º Levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção da safra de grãos 2018/19 em Goiás deve aumentar 8,3%, de 21,2 milhões de toneladas para 23 milhões de toneladas. A produtividade também será maior, 5,7%, assim como a área plantada, com variação positiva de 2,5% e salto de 5,3 milhões de hectares para 5,4 milhões de hectares. Para o presidente, o setor produtivo deve receber mais atenção e que a principal demanda é a manutenção das rodovias. “Esse fator é primordial, já que a agropecuária está segurando a economia brasileira e principalmente o estado, mas precisa ser olhada como mais atenção por todos”, defendeu.

A Secretaria Estadual de Agricultura será criada com a reforma administrativa do Governo de Goiás. Caiado já defendeu grande prioridade para o setor agrícola do estado para reforçar e atender as demandas do setor produtivo. Para o futuro titular da pasta, uma das metas é fortalecer os arranjos produtivos locais. Antônio Carlos reforça a importância do agronegócio, que de janeiro a outubro de 2018 representou 24% do saldo positivo de 44 mil empregos formais gerados no Estado, de acordo com números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).“Este é um dos setores mais dinâmicos da economia do nosso Estado, que se contabiliza pelo crescimento do PIB e também principalmente pela balança comercial favorável. A nossa missão é dar maior apoio tanto ao pequeno quanto ao grande produtor, para que possamos gerar mais renda e emprego para Goiás”, informa Lima Neto.

Outro ponto de destaque na nova gestão será o fortalecimento do trabalho de assistência técnica rural. “Vamos ajudar o produtor rural a se desenvolver e ter rentabilidade, a produzir mais com menos. Para tanto temos parceiros como Emater, que queremos estruturar ainda mais, e também buscaremos parcerias a exemplo do Sistema S”, planeja.

O saldo da agricultura e agropecuária no ano de 2018 foi de extrema relevância para a economia do estado. Apesar do clima de incertezas econômicas, o setor agrícola fez saldos positivos para o ano. Entre os principais pontos a se comemorar está o desempenho da safra de soja (2017/18) – melhor resultado da história em Goiás – e a geração de mais de 10 mil empregos – de janeiro a outubro – resultado 7,3% maior do que em 2017. Os números fazem parte do balanço da agropecuária de 2018. 

Há desafios grandes com relação à retomada de consumo interno e externo e há uma grande expectativa de que reformas sejam aprovadas pelo governo federal. “Há ainda questões antigas, como segurança rural e maior investimento em infraestrutura para escoar produção, que persistem como pontos de atenção para o setor”, pontua o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) José Mário Schreiner. (*Especial para O Hoje).

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