Agetop deverá ser reestruturada

Segundo o governador, a ideia é desvincular a imagem da empresa, responsável pelas obras do Estado, à imagem de corrupção

Postado em: 12-01-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Segundo o governador, a ideia é desvincular a imagem da empresa, responsável pelas obras do Estado, à imagem de corrupção

Lucas de Godoi* 

O governador Ronaldo Caiado (Democratas) declarou ontem de manhã que pretende reestruturar a Agência Goiana de Obras e Transportes (Agetop). Ele justificou a decisão abordando os frequentes escândalos de corrupção ligados à empresa, especialmente os dos últimos anos. O episódio mais recente foi a prisão de Jayme Rincón, ex-presidente da empresa e ligado ao ex-governador de Goiás, Marconi Perillo. 

Em setembro do ano passado, Rincón foi apreendido no âmbito da Operação Cash Delivery, que também prendeu, após as eleições, o ex-governador Marconi Perillo. No caso de Jayme Rincón, este voltou a ser preso no dia 6 de dezembro por investigação em outra operação, que investiga corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito de outra empresa pública, a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego). 

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A primeira medida anunciada pelo governador será a troca do nome da companhia. Ao vivo, Caiado recorreu à população para sugerir nova denominação. O pedido causou estranheza nas redes sociais e teve rápida repercussão. A candidata do PT que concorreu ao cargo, Kátia Maria, disse que não se combate corrupção trocando o nome da entidade. “É preciso mudar o modelo de gestão. Me parece que começar aparelhando o órgão com parentes do Governador não é a melhor opção”, criticou. 

Pouco antes, o democrata havia respondido à jornalistas que a indicação de Enio Caiado, seu primo, para a presidência da Agetop foi feita com base em sua experiência profissional e capacidade de gestão. Antes de Enio, o governo havia indicado o irmão dele, Aderbal Caiado para o cargo. Mas ele declinou do convite por razões pessoais e deverá assumir alguma diretoria dentro da empresa.

“Estou colocando exatamente pessoas que eu sei que vão tratar daquele assunto com a mesma responsabilidade que eu trataria, que vão respeitar as regras de compliance aplicadas pela Controladoria, pela Procuradoria. É um governo de transformação em Goiás”, afirmou Caiado.

Outro ponto destacado pelo governador foi a nomeação de Henrique Ziller para a Controladoria Geral do Estado (CGE) como parte do esforço para reequilibrar as contas públicas. Ele é auditor de controle externo do Tribunal de Contas da União (TCU) e foi indicado pelo presidente da Corte, José Múcio Monteiro.

“Fui o primeiro governador a ir a Brasília negociar com o governo federal. Agora trazemos o Henrique Ziller, um nome sugerido pelo próprio Tribunal de Contas da União, para a nossa equipe. Vamos receber delegação do Ministério da Economia para fazer este diagnóstico das nossas contas e buscar alternativas. Agora Goiás tem governo, tem governador. Tudo que estamos fazendo irrita quem nunca fez nada pelo Estado”, disse o governador.

Mudaça não é inédita

A mudança proposta pelo governador Ronaldo Caiado não é inédita no Estado. A Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) foi criada para absorver as atividades desenvolvidas pelo extinto Departamento de Estradas de Rodagem de Goiás (DERGO) e do Consórcio Rodoviário Intermunicipal S/A (CRISA). Essas ações ocorrem nas chamadas reformas administrativas. A que criou a Agetop foi a realizada pelo então governador Marconi Perillo, durante sua primeira gestão, em 1999. 

O órgão é responsável por todas as obras de construção e conservação executadas nas rodovias do Estado de Goiás. As obras civis construídas pelo governo estadual também são executadas pela Agetop, responsável pela edificação, reforma, manutenção, ampliação e conservação de prédios públicos. 

Recentemente, a empresa atuou na reforma do Centro Cultural Oscar Niemeyer. Também executa obras em escolas, universidade, quadras e ginásios de esportes; hospitais, unidades ambulatoriais e de pronto socorro; sedes de Instituto de Medicina Legal (IML), prisões públicas e delegacias; entre outras obras. (* Especial para O Hoje) 

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