O inegável legado de Vilmar Mariano em Aparecida

Era quinta-feira, dia 1° de abril de 2022. Vilmar Mariano estava fleumático enquanto o fotógrafo oficial da prefeitura de Aparecida, Claudivino Antunes, clicava o político. Era a posse de Vilmarzinho, como é conhecido, ao mesmo tempo em que Gustavo Mendanha deixava o cargo de prefeito para adentrar os corredores de uma disputa impossível – como se comprovou nas urnas – contra a reeleição de Ronaldo Caiado naquele ano. 

Até o dia 31 de dezembro deste ano, quando se encerra o mandato, Vilmar terá cumprido 143 semanas, 33 meses e 1005 dias no cargo mais importante do Executivo aparecidense. No dia 1° de 2025, Vilmar vai entregar a “faixa” para outro prefeito. 

Até lá, nos meandros do tabuleiro político, muita coisa pode mudar, menos o próprio Vilmar reocupar o posto. Ele foi trocado em reunião dias atrás pelo líder do grupo governista – o próprio governador e presidente do União Brasil Ronaldo Caiado – pelo candidato preferido do vice-governador e presidente do MDB, Leandro Vilela – ex-deputado e primo de Daniel. 

Vilmar queria continuar no jogo. Tentar, via voto, corpo a corpo, na rua, feira, nos palanques e ante a entrevistas, revisitar os feitos e tentar, numa disputa saudável, convencer o eleitorado. E disputar. Impedido, vai ver, ainda não se sabe, como um dos cabos eleitorais de Leandro Vilela, ou como um homem à distância, quiçá, a vitória do deputado federal Professor Alcides. 

O parlamentar entra na disputa para ganhar. Este é o fundamento que ergue, como mantra, apoiadores do professor e empresário aparecidense. Para pirraçar Gustavo Mendanha e Daniel, uns dois ou três do grupo do Professor aplaudiram Vilmarzinho antes de ele discutir na inauguração da nova sede da Câmara de Aparecida na noite desta segunda-feira (25). Depois, evidentemente, gritaram e assobiaram o deputado federal Professor Alcides. 

Na tribuna, há quem tenha ficado preocupado com o tom que Vilmar daria ao discurso, dois dias depois de receber a notícia de que estava fora da disputa. Deixou que os presentes o representassem. 

O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) o elogiou: “Vilmar, continue com a espinha ereta, cabeça erguida e coração tranquilo, certo do dever cumprido.” E ele meneou a cabeça, positivamente. 

A construção da nova sede do Poder Legislativo começou, inclusive, quando Vilmar era presidente da Casa. Antes, o trabalho dos vereadores era feito em um “prédio acanhado”, segundo suas próprias palavras no discurso feito no novo plenário, que leva o nome do ex-vereador, João Antônio.

“Cheguei nesta Casa na condição de assessor do ex-prefeito José Macedo. Depois, fui eleito vereador e tive ainda a honra de ser presidente. Fazemos parte desta história porque tivemos a coragem de começar [as obras]. Alguns até me chamaram de louco porque era uma missão muito difícil, mas acredito que aqueles que me chamaram de louco estão sorrindo hoje com esta obra magnífica entregue aos cidadãos aparecidenses”, lembrou-se Vilmar.

Vilmar acrescentou ainda que a entrega de uma nova sede da Câmara de Vereadores representa dignidade para o trabalho dos vereadores, servidores do Legislativo e toda comunidade aparecidense. 

“Nesta Casa são apresentados, votados e aprovados projetos importantes para vida dos quase 600 mil moradores de nossa cidade. Aparecida, agora, tem uma Câmara Municipal adequada”, completou. 

A construção custou aproximadamente R$ 22 milhões. O presidente da Câmara de Vereadores, André Fortaleza (PL), lembrou que a pandemia de Covid-19 prejudicou o andamento do projeto. 

“Foi um desafio para todos nós dar continuidade e entregar esta importante obra. Parabenizo o prefeito Vilmar que iniciou essa obra. Que teve coragem de mudar de uma Câmara minúscula para uma Câmara maior. E nós economizamos recursos próprios para entregarmos este novo prédio moderno e imponente”.