Presidente Jair Bolsonaro defende Mercosul enxuto e com relevância

Jair Bolsonaro se encontrou com presidente da Argentina, Mauricio Macri, e também discutiram a questão da Venezuela

Postado em: 17-01-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Jair Bolsonaro se encontrou com presidente da Argentina, Mauricio Macri, e também discutiram a questão da Venezuela

O presidente Jair Bolsonaro defendeu que o Mercosul, bloco que
reúne países sul-americanos, seja mais enxuto para ganhar relevância na região.
Bolsonaro e o presidente da Argentina, Mauricio Macri, reuniram-se ontem (16)
pela manhã, no Palácio do Planalto, e conversaram sobre o aperfeiçoamento do
Mercosul. Macri é o atual presidente do bloco.

“Concordamos com a importância de, com os demais parceiros,
Paraguai e Uruguai, aperfeiçoar o bloco e propor nova agenda de trabalho,
sempre com sentido de urgência”, disse Bolsonaro em declaração após a reunião
ampliada entre os dois líderes e seus ministros de Estado, no Palácio do
Planalto.

Para Bolsonaro, no plano interno, o Mercosul precisa valorizar a
sua tradição original, de abertura comercial, redução de barreiras e eliminação
de burocracias. “O propósito é construir um Mercosul enxuto que continue a
fazer sentido e ter relevância”, disse.

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Na frente externa, os dois líderes concordaram que é preciso
“concluir rapidamente as negociações mais promissoras” que estão em andamento e
iniciar novas negociações “com criatividade e flexibilidade para recuperar o
tempo perdido”.

“Temos que criar novas oportunidades comerciais e de
investimentos, a fim de gerar prosperidade e bem-estar em nossos países”, disse
o presidente brasileiro. Entre as parcerias em negociação está o acordo do
Mercosul com a União Europeia.

Para o presidente Macri, é preciso avançar em um espaço de
integração que se “adapte aos desafios do século 21 e aproveite as
oportunidades que o mundo oferece”. Nesse sentido, o comércio é um instrumento
que impulsiona esse desenvolvimento. “Por isso, é chave agilizar e terminar as
negociações em curso. A negociação com a União Europeia requereu muito esforço
e avançou como nunca antes. Com sua chegada, temos a oportunidade de renovar o
compromisso político do Mercosul”, disse o argentino.

Outros
temas

Além de Mercosul, as delegações trataram de temas diversos de
interesses entre os dois países, como combate ao crime organizado e à
corrupção, assim com defesa, ciência e tecnologia, energias renováveis e não
renováveis, energia nuclear e dinamização do comércio.

Para Bolsonaro, as reformas econômicas que Brasil e Argentina
estão levando adiante são fundamentais para o crescimento sustentável e para
revigorar o intercâmbio comercial bilateral. “A maior parte desse intercâmbio
composta de bens manufaturados de alto valor agregado que garantem empregos de
qualidade em diversos setores”, disse, reforçando a relação de amizade e
cooperação entre os dois governos.

“Falamos sempre com franqueza, como deve ser entre amigos e
parceiros estratégicos, sem qualquer viés ideológico. Não há tabus na relação
bilateral, o que nos move é a busca de resultados concretos que contribuam para
o desenvolvimento de nossos países e para o bem-estar de brasileiros e
argentinos”, ressaltou o presidente no seu discurso.

Tratado
de extradição

Brasil e Argentina também assinaram hoje um novo tratado
de extradição para aperfeiçoar o quadro de cooperação jurídica entre nossos
dois países. Mais cedo, antes da reunião no Palácio do Planalto, 
o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro,
disse
 que o tratado atual é antigo e a revisão
vai permitir uma comunicação mais rápida.

“As formas de comunicação hoje são outras, e a percepção
é de que há uma necessidade de sempre agilizar esses mecanismos de cooperação”,
afirmou.

Nesta manhã, Moro reuniu-se com os ministros argentinos de Justiça
e Direitos Humanos, Germán Garavano, e da Segurança, Patrícia Bullrich. O
tratado anterior de extradição  entre o Brasil e a Argentina foi assinado
em 1961, e o decreto de aprovação foi promulgado em 1968 no Brasil.

Um salto

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, disse que a visita da
comitiva de seu país ao Brasil marca o começo de um salto para frente no
Mercosul (bloco que reúne também Paraguai e Uruguai, já que a Venezuela está
momentaneamente suspensa).

“Um salto para a frente na confiança e no vínculo que já eram bons
e para que sejam ainda melhores entre Brasil e Argentina,” disse.

Durante brinde em almoço oferecido pelo governo
brasileiro no Palácio do Itamaraty, Macri citou que as relações multilaterais
no Mercosul começaram “de maneira equivocada”, o que levou ao atraso na região.
“Protegíamos o crescimento, mas isso não funcionou. Aconteceu o contrário:
nossos países ficaram atrasados”. O almoço no Palácio do Itamaraty acabou
depois das 14h. (Agência Brasil) 

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