Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Vanderlan se posiciona contra Calheiros

Senador Renan Calheiros já foi alvo de 18 inquéritos no Supremo Tribunal Federal e concorre à presidência do Senado Federal

Postado em: 19-01-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Senador Renan Calheiros já foi alvo de 18 inquéritos no Supremo Tribunal Federal e concorre à presidência do Senado Federal

Venceslau Pimentel

O senador eleito Vanderlan Cardoso (PP) engrossa as fileiras da corrente anti-Renan Calheiros, no processo sucessório no Senado, para derrotar o emedebista alagoano na eleição do dia 1º de fevereiro. Vanderlan diz apoiar a alternância de poder, apesar de reconhecer que Calheiros seja o favorito na disputa. 

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Cardoso já declarou apoio ao correligionário Esperidão Amin (SC), cuja disputa conta ainda com Tasso Jereissati (PSDB-CE), Simone Tebet (MDB-MS) e Major Olímpio (PSL-SP), partido do presidente Jair Bolsonaro, lançado para contrapor à força de Calheiros.

O senador goiano, ao defender Amin, prega a alternância no poder no Senado pra oxigenar as forças políticas na Casa. “Também defendo a alternância no poder, e a presidência do Senado precisa de novos ares”, justifica. “Pensando nisso é que nós, do PP, temos um candidato que é muito capacitado. Estamos apoiando o senador Esperidião Amim, que é professor universitário, foi prefeito, governador, deputado federal e senador”, pontuou.

Vanderlan Cardoso considera o senador alagoano o favorito na disputa, mas lembra que ele enfrenta resistência popular, por causa do seu envolvimento em escândalos, como a Operação Lava-Jato. Calheiros já foi alvo de 18 inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). Tem sido citado, com freqüência, em delações premiadas que envolvem suposto pagamento de propina e caixa 2 em campanhas eleitorais. Mesmo assim, foi reeleito para mais um mandato.

Por conta da votação secreta, a avaliação nos bastidores do Senado é de que essa forma de escrutínio favorece Renan Calheiro. Por isso, Cardoso tem sido defensor do voto aberto, por entender que essa transparência ajuda a dar mas clareza às ações dos parlamentares e facilita à população acompanhar o trabalho ali desenvolvido. “O voto tem que ser aberto, é fundamental que haja transparência na atuação parlamentar e o cidadão precisa conhecer os posicionamentos do político que ele ajudou eleger”, diz.

Porém, ele lembra que o STF foi praticamente judicializado, quando o ministro Marco Aurélio Mello concedeu uma liminar para que a votação fosse aberta, mas que foi derrubada pelo presidente, Dias Toffoli. 

Vanderlan Cardoso considera que a independência dos poderes deve ser preservada. “Considero importante ressaltar que os poderes precisam ser independentes para funcionar adequadamente em uma democracia. Essa definição de voto para presidente é uma prerrogativa do Senado Federal e não pode ser mudada por decisão do Executivo ou do Judiciário”, diz. “É fundamental que se respeite o regimento interno da Casa”, arrematou.

Mas não é só entre os senadores que cresce o movimento contra Renan Calheiros. Governadores como o de São Paulo, Doria Júnior (PSDB), que vem articulando em favor o seu correligionário Jereissati. Em outra ponta, o Movimento Brasil Livre (MBL) acaba de lançar uma “vaquinha online”, com o objetivo de bancar manifestações contra a candidatura do emedebista, inclusive nas redes sociais. Já batizou a manifestação como “Operação Fora, Renan”.

A entidade também já protocolou ação no STF, para impedir a candidatura do senador alagoano.O presidente do Senado é também presidente do Congresso e o 3º na linha de substituição da Presidência da República, logo após o presidente da Câmara. 

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