PF indica que agentes da Abin paralela sabiam da minuta do golpe
Polícia Federal prendeu quatro suspeitos, entre eles um policial federal e um militar do exército
A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta quinta-feira (11), quatro suspeitos de participarem da Abin paralela. Ao menos dois dos suspeitos presos tinham conhecimento da “minuta do golpe” – outro inquérito que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro como alvo.
A Operação Última Milha, da PF, investiga uma suposta estrutura de espionagem paralela montada na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A Abin paralela tinha o objetivo de monitorar adversários de Bolsonaro e sua família de forma ilegal, sem nenhum aval judicial.
A PF prendeu o policial federal Marcelo Araujo Bormevet, cedido à Abin na gestão Bolsonaro, e o militar do exército Giancarlo Gomes Rodrigues – que na época também fazia parte da Abin.
Dessa forma, durante a investigação, a Polícia Federal interceptou mensagens entre Marcelo e Giancarlo. Em dado momento, Marcelo perguntou para Giancarlo: “O Nosso PR imbrochável já assinou a porra do decreto?”. Na sequência, Giancarlo respondeu: “Assinou nada. Tá foda essa espera, se é que vai ter alguma coisa”
A PF se referiu a essas falas dos participantes da Abin paralela, como “no mínimo, (em) potencial conhecimento do planejamento das ações que culminaram na construção da minuta do decreto de intervenção”. A Polícia ressaltou que as mensagens possuem “referências relacionadas ao rompimento democrático”.
A minuta do golpe é um rascunho de um decreto golpista – encontrado na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. A existência foi confirmada por Mauro Cid, ex-parceiro de Bolsonaro, em sua delação premiada. O decreto tinha ordens de anulação das eleições de 2022 – caso Bolsonaro perdesse – e ordens de prisão contra ministros do STF.
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