Quinta-feira, 01 de agosto de 2024

Decisão política, escolha de vice esbarra em estratégias e burocracias 

Com a corrida eleitoral prestes a começar, partidos seguem diferentes estratégias para escolha número dois da chapa

Postado em: 01-08-2024 às 05h28
Por: Redação
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Vices em Aparecida. Foto: Divulgação

Thiago Borges

A revelação de quem será o vice em cada chapa em uma corrida eleitoral é sempre um evento aguardado e cercado de muita negociação nos bastidores. Os políticos ouvem propostas de um lado, propõem do outro, vê possíveis coligações e mira sempre o que mais pode beneficiar sua candidatura. 

Com o calendário das convenções partidárias já em andamento, é claro que as especulações em volta dos principais nomes aumentam ainda mais.

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Na região metropolitana, alguns nomes já foram anunciados. Em Aparecida, Professor Alcides (PL) vai ter consigo Max Menezes. O já anunciado – em convenção partidária no último domingo – vice do candidato bolsonarista no município é ex-vereador e ex-deputado estadual e vai compor uma chapa pura do PL na Cidade Administrativa.

 Max também é filho de Ademir Menezes, ex-prefeito de Aparecida por dois mandatos; ex vice-governador de Goiás e ex-deputado estadual. 

Menezes é um cabo eleitoral consolidado em Aparecida, o que foi crucial para a escolha de Max para vice. Vilmar Mariano (UB) atual prefeito da cidade e que declarou apoio recente a Alcides queria indicar o vice da chapa, o que foi recusado pelo candidato que já via em Max o seu vice ideal.

Em Anápolis, o União Brasil seguiu a linha do empresariado. A candidata da base caiadista, Eerizânia Freitas, terá como vice o médico e empresário Samuel Gemus, do Democracia Cristã. 

Já em Senador Canedo, Fernando Pellozo anunciou, durante convenção partidária do último final de semana, Salma Bahia (PP) que, além de conhecida pelos canedenses em sua atuação na Associação Pestalozzi, é presidente regional da legenda Progressistas.

 Em resumo, o perfil do vice escolhido é estratégico e segue a partir do projeto do partido, é o que explica o cientista político Guilherme Carvalho. Bacharel em Relações Internacionais na PUC-Goiás, especialista em Políticas Públicas e mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de Goiás, Guilherme diz que a escolha de um vice depende da estratégia de cada candidato. “Vice é uma indicação de uma aliança”.  

“Você não escolhe a pessoa. Você escolhe o grupo ou partido, que faz a indicação do vice. Então, depende de quem você está tentando levar para dentro do seu grupo e projeto político. Isso nunca é desalinhado de uma estratégia mais a longo prazo. Não é uma escolha trivial”, explica ele.

Trazendo para a vida concreta, a fala do cientista político é esclarecedora no caso da chapa de Adriana Accorsi, pré-candidata do PT para o Paço Municipal de Goiânia e que, tem com o PSB a aliança desenhada. A oficialização da candidatura da petista deve vir no próximo sábado, na convenção da sigla na Câmara Municipal.

Durante toda pré-campanha, o ex-deputado estadual Vinicius Cirqueira liderou a corrida para ser vice na chapa de Accorsi, mas imbróglios com a Justiça Eleitoral devem impedir a composição. Com isso, cabe ao PSB indicar outro nome para disputar a corrida eleitoral.

Além disso, Carvalho quando questionado sobre as chapas puras ou coligadas disse que, a procura por vice de outros partidos acontece para se ter acesso a recursos que, sozinho, o partido poderia não ter.

Ampliação do fundo partidário, maior tempo de televisão e claro, ter maior abertura para conversar com um eleitorado diferente da sua base. O cientista completou dizendo que uma chapa pura pode ser “uma demonstração de falta de articulação política” ou uma demonstração de “muita suficiência” da legenda.

A coligação partidária ou a opção pela chapa pura é sempre um fenômeno a ser observado nas disputas eleitorais. Têm políticos que não abrem mão da escolha, como o atual prefeito e pré-candidato à reeleição Rogério Cruz (Solidariedade), que em entrevista para o jornal O Hoje na última semana, garantiu que vai determinar o nome do vice para a disputa no pleito.

Em Goiânia, Matheus Ribeiro (PSDB); Humberto Pantaleão (UP) e Leonardo Rizzo (Novo) devem ir com vice da mesma legenda, enquanto o restante ainda negocia com os partidos parceiros a escolha de quem vai como vice no pleito do dia 6 de outubro. (Especial para O Hoje)

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