Segunda-feira, 08 de julho de 2024

Caiado busca alternativas para Minaçu

Preocupação também com setor energético do estado leva Caiado a Brasília para buscar fundos de investimento para o setor em Goiás

Postado em: 14-02-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Caiado busca alternativas para Minaçu
Preocupação também com setor energético do estado leva Caiado a Brasília para buscar fundos de investimento para o setor em Goiás

Raphael Bezerra*

O governador Ronaldo Caiado (Democratas) conversou ontem (13) com a Procura-Geral da República, Raquel Dodge, para buscar alternativas sobre as minas de amianto que foram banidas do Brasil por decisão judicial do Supremo Tribunal Federal. Para o governador, a medida deveria ser feita gradualmente para não prejudicar as milhares de famílias que dependem da economia do minério. “Os impactos sociais, econômicos e ambientais na vida das famílias precisam ser considerados e estamos trabalhando para minimizá-los. É preciso cuidar dessas famílias”, pontuou Caiado. 

Na conversa com a procuradora-geral, Caiado explicou que o apelo é para que o fechamento da mina Cana Brava possa ser promovido de forma gradual e em paralelo à recuperação da área onde a mina funciona há mais de 40 anos. “Nossa preocupação é que houve a desativação [nesta semana] sem que tenha uma modulação para precaver as consequências daquilo que é a escavação, naquelas proporções ali”, argumentou.

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O pedido, continuou o governador, é para que seja autorizada a exportação para os Estados Unidos durante um determinado prazo. “É produzir só para exportar, período em que se teria condições de promover uma desativação gradual, cumprindo as condições mínimas de resgatar o local onde há a exploração”, justificou. Cessar de imediato a extração causaria problemas futuros, segundo Caiado. “Hoje os resultados serão muito duros para o município e amanhã haverá consequências ambientais, sociais, como doenças que podem advir e até risco de uma ruptura de qualquer barragem ou escavação.”

Pedido ao BNDES

Após encontro com a Procuradoria-Geral da República, o governador acertou termos para buscar linhas de créditos para investimentos nas áreas de saúde, sistema penitenciário e setor energético do estado, com o presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento, Joaquim Levy. 

Caiado disse que o setor de energia passa por uma situação calamitosa após a privatização. “A Enel levou o Estado de Goiás a um total apagão. Não estão atendendo a demanda da parte urbana, rural e industrial. Quem quer seja está diariamente penalizado pela péssima qualidade na distribuição da energia, bem como pela falta dela”, afirmou Ronaldo Caiado. Ele lembrou das perdas com a situação. “Temos caso de cidade com mais de três dias sem energia. Tem produtor de leite perdendo o produto; mercearias no interior que não têm condições de comprar um gerador e perdem todas as mercadorias; medicamentos que precisam de refrigeração, como a de vacinas, tudo isso perdendo”, destacou o governador.

Para Caiado essa situação tem comprometido o crescimento do Estado. “É preciso que a Enel responda com extrema rapidez ou que o BNDES reveja esse modelo de concessão”. De acordo com Caiado, a transferência da Celg para Enel resultou para o goiano somente em endividamento. “Hoje, mais de um quarto da dívida de Goiás é provocada pela transferência da Celg, já que as dívidas da antiga estatal, de cerca de R$ 5,6 bilhões, foram transferidas para Goiás”,  explicou.

Policlínicas

Preocupado com a concentração dos serviços em saúde somente em Goiânia, o governador também discutiu com Joaquim Levy alternativas de financiamento para implantação de policlínicas pelo interior do Estado de Goiás, já que atualmente o Estado está impedido de tomar crédito junto ao governo federal. “Ele me pediu mais alguns dias, mas disse que vai olhar com bons olhos essa linha de crédito”.

A construção de 17 policlínicas é uma das propostas de governo de Caiado. Segundo ele, a intenção é a construção de unidades com valores entre R$ 26 e 28 milhões, fora o custeio, para atender todas as regiões de Goiás com a realização de consultas, exames e diagnósticos sem grandes deslocamentos dos pacientes. O governador destaca que é urgente a regionalização da saúde, assim como a de se acabar com a dependência de uma regulação para o cidadão ter assistência no Estado. (* Especial para O Hoje)

 

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