Aneel não descarta intervenção na Enel

Diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Rodrigo Limp, explicou que existe previsão legal para intervenção nas operações da distribuidora

Postado em: 15-02-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Aneel não descarta intervenção na Enel
Diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Rodrigo Limp, explicou que existe previsão legal para intervenção nas operações da distribuidora

Venceslau Pimentel* 

O diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Rodrigo Limp, disse ontem (14), em Goiânia, que o órgão federal tem competência para fiscalização e assegurar a adequada prestação de serviços pelas distribuidoras de energia elétrica do país, inclusive, com a possibilidade de intervenção, no caso da Enel Goiás (ex-Celg). Segundo Limp, os indicadores da Enel a colocam na última posição no ranking do País.

Em entrevista à imprensa, ao lado do governador Ronaldo Caiado, Limp afirmou que, dentro das competências legais, a Aneel monitora e fiscaliza as distribuidoras no país, e que tem acompanhado, em particular, o desenvolvimento das atividades e prestação de serviços, em Goiás, pela Enel. “Pelo nosso monitoramento, os índices que nós apuramos estão aquém dos exigido pelo órgão regulador e do que o estado de Goiás espera”, pontuou.

Continua após a publicidade

Questionado sobre a possibilidade de uma intervenção na distribuidora, em Goiás, o diretor da Aneel frisou que essa decisão seria tomada em último caso. “Hoje nós acreditamos que com a fiscalização e a exigência de investimentos, nós conseguiremos buscar a melhoria da qualidade dos serviços. Mas (a intervenção) a legislação prevê”.

Limp, que anunciou a implantação de um plano emergência para melhorar os serviços das distribuidoras de energia elétrica, no país, destacou que o órgão regulador tem como indicadores o número de falta de energia, duração equivalente da área comercial e o atendimento de novas carga onde existe demanda reprimida que elas têm obrigação de atender”.

Segundo ele, a Aneel acompanha de perto o plano de resultado nas distribuidoras que estão com os serviços aquém do esperado e que observa ainda o plano regulador investimento e de investimentos das mesmas. Na visita a Goiânia, disse ter ouvido queixas do setor produtivo e anunciou que hoje tem reunião emergencial com a Enel, em Brasília, para discutir o assunto. “Vamos exigir melhorias na qualidade dos serviços, e num prazo mais curto”, disse.

Saudade da Celg

Em entrevista à imprensa, o governador Ronaldo Caiado (DEM) ao poupou críticas à Enel, por não atender às demandas dos goianos, do simples consumidor às demandas do setor produtivo do Estado. Em meio ao cenário de crise energética, disse que Goiás sente saudade da Celg.

Segundo ele, a Enel tem provocado enorme prejuízo para a classe produtora e demais setores da economia goiana, além dos demais   consumidores. “O ponto mais grave é o gargalo, é o garroteamento que a Eneel está provocando, hoje, em Goiás, não dando ao estado a oportunidade de crescer. No momento em que o estado se apresenta como a melhor opção para instalação de indústrias, não tem o fornecimento de energia elétrica”, lamentou.

Ao falar sobre o plano emergência da Eneel, o governador disse esperar que esse projeto não fique apenas no papel. “Nós esperamos que esse plano seja melhor detalhado a todos nós, para identificar como daremos contas de atender as demandas reprimidas”.

Ao comentar sobre a conversa que teve com representantes da Enel, Caiado não escondeu a sua decepção com o que ouviu deles. “Disseram que os investimentos são pré-determinado por Roma (capital italiana), sede da empresa. “Eu disse que Roma está muito distante, e que o goiano já está com saudades da Celg”, pontuou.

Diante do cenário, ele afirmou que o estado não pode aceitar ficar na dependência de uma deliberação de Roma, diante de colapso completo da energia em todas as regiões do estado. O que falta é investimento na rede de distribuição para que a energia chegue a todos”.

Caiado também relatou sobre as conversas que teve em Brasília com os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy. “Disse que Goiás não poderia ficar numa dependência assessória da vontade de Roma, para investir no estado”.

O governador citou que Enel tem o controle da distribuição de energia elétrica também no Ceará, no interior do estado do Rio de Janeiro e agora em São Paulo. “Nós queremos saber se as prioridades estão sendo dadas nesses estados e Goiás sendo deixado de lado”, pontuou. (* Especial para O Hoje)

 

Veja Também