Secretária anuncia cerco a sonegadores

Titular da pasta da Economia, Cristiane Schmidt falou ontem, na Assembleia Legislativa, que em dois anos, apenas uma empresa teria sonegado R$ 35 milhões

Postado em: 28-02-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Titular da pasta da Economia, Cristiane Schmidt falou ontem, na Assembleia Legislativa, que em dois anos, apenas uma empresa teria sonegado R$ 35 milhões

Venceslau Pimentel*

A secretária da Economia, Cristiane Schmidt, disse ontem, durante reunião da Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa, que a pasta já deu início ao plano de expansão das receitas fiscais do Estado, com o objetivo de combater a sonegação de impostos.

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Segundo ela, de 2013 a 2014 só uma empresa teria sonegado R$ 35 milhões, afirmando que esse procedimento continua até os dias de hoje em outros estabelecimentos comerciais.

“Estamos fazendo um plano de ação com auditores fiscais, para aumentar a arrecadação, trabalhando na fiscalização e, ao mesmo tempo, com um plano de expansão das receitas fiscais. Não tenho dúvida de que a gente vai sair dessa situação calamitosa”, disse a secretária, referindo-se à situação do Estado, após fazer uma radiografia da crise financeira herdada pelo governador Ronaldo Caiado (DEM).

Ao falar sobre o assunto, com auxílio de um projetor, Cristiane Schmidt informou mais uma vez do déficit de R$ 3,4 bilhões nas contas do governo, e também apontou outros números negativos, como dívidas bancárias com a Caixa, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), em R$ 19 milhões. E ainda o não repasse de recursos aos municípios, nas áreas de saúde Educação, em cerca de R$ 200 milhões.

Por conta desse cenário, citou mais uma vez a projeção de déficit orçamentário para este ano em R$ 6 bilhões, já previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) 2019, que projeto receita em R$ 26 bilhões.

Para mostrar a gravidade da situação fiscal, que levou Caiado a decretar estado de calamidade financeira, Schmidt revelou que na pasta que comanda até a água e o cafezinho têm sido adquirindo com a contribuição dose servidores. Em sua exposição, a secretária fez questão de salientar que a crise fiscal vai além dos 170 mil servidores do Estado, e atinge, com a não aplicação de políticas públicas, os mais de seis milhões de habitantes do Estado.

Embate

Após a explanação da secretária, a palavra foi aberta aos deputados. Os da oposição, questionaram a titular da pasta sobre a repetição do quadro de caos nas finanças do Estado e cobraram ações do governo Caiado. Na outra ponta, os governistas atribuíram a dificuldade financeira ao governo de Marconi Perillo (PSDB).

Para Lucas Calil (PSD), o que ele diz ouvir são lamentações, e cobrou ação do governo. O tucano Talles Barreto voltou a cobrar o pagamento da folha de dezembro do funcionalismo e questionou os efeitos da medida governamental que alterou a política de incentivos fiscais.

A secretária disse entender a frustração dos parlamentares, que parece que a pasta não tem feito nada para tirar o Estado do caos financeiro. Ela destacou a força da economia de Goiás e voltou a falar sobre o plano de ação na fiscalização feita pelo Fisco, no sentido de combater a sonegação. “Fizemos bastante coisas nesses dois meses”, afirmou, salientando que, ao final do mandato de Caiado, espera entregar as finanças do Estado saneadas.

Previdência

Aos deputados, Cristiane Schimdt disse que o sistema previdenciário do estado, assim como o federal, é um tema fundamental, e que precisa ser reformulado.   

Adiantou que está sendo feito um diagnóstico da situação, em Goiás, e que será divulgado dentro de quatro ou cinco meses, lembrando que qualquer alteração passa pelo crivo da Assembleis Legislativa. “Eu gostaria de ser convidada para apresentar quadro”. (*  Especial para O Hoje) 

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