Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Site e call center vão esclarecer dúvidas sobre reforma da Previdência

As ferramentas devem entrar em operação depois do carnaval

Postado em: 05-03-2019 às 14h40
Por: Suzana Ferreira Meira
Imagem Ilustrando a Notícia: Site e call center vão esclarecer dúvidas sobre reforma da Previdência
As ferramentas devem entrar em operação depois do carnaval

O governo vai utilizar um site e um call center para ajudar na simulação
de cálculos da aposentadoria conforme a proposta da reforma da Previdência,
como forma de ajudar a esclarecer dúvidas da sociedade. Segundo o secretário
especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho,
os dois instrumentos devem entrar em operação depois do carnaval.

O secretário negou que o governo esteja perdendo a batalha da
comunicação para alcançar o apoio da sociedade e de parlamentares. Durante um
debate no Rio de Janeiro, o secretário lembrou que tem experiência parlamentar
em duas legislaturas como deputado federal, tendo completado o último mandato
no fim de janeiro.

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Ele disse que tem se reunido com bancadas parlamentares para explicar as
medidas, e que conta com as articulações políticas dos líderes do governo e dos
partidos no Congresso, além da atuação dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM), e do Senado, David Alcolumbre DEM), e da interlocução dos ministros da
Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da Secretaria de Governo, Santos Cruz.

“Rodrigo [Maia] é um liberal, é um reformista, e vai ajudar muito. A liderança
que ele exerce na Casa – se elegeu com mais do que um quorum de PEC [proposta
de emenda à Constituição], teve 340 e tantos votos – demonstra que ele tem toda
condição e capacidade de exercer esse papel de liderança em relação à reforma.
Mas também como presidente de um Parlamento que tem pensamentos plurais, tem
que dar condição para aqueles que pensam diferente possam se manifestar,
participar do processo de discussão. O papel que Rodrigo está fazendo é um
papel que a gente espera do Parlamento, que apresente os pensamentos de forma
cristalina”, disse. Ele também fez elogios ao desempenho do presidente do
Senado, Davi Alcolumbre.

Disposição

O secretário assegurou que nunca viu entre os parlamentares uma
disposição tão grande em aprovar a reforma da Previdência. “Nunca vi tanta
vontade e disposição de aprovar um projeto como estou vendo agora. As bancadas
que percorri, mesmo com os reparos e indagações, com os argumentos sobre este
ou aquele texto, de uma forma geral todos reconhecem a necessidade de mudar o
nosso sistema previdenciário. Nossa tarefa é tentar costurar um apoio que
permita ter, pelo menos, dois terços dos votos, em torno de uma proposta que
minimamente contemple as necessidades de dêem uma resposta à sociedade
brasileira. O Brasil não pode mais esperar”.

Marinho disse que o Estado brasileiro, incluindo a União, estados e
municípios, faliu e não se sustentará sem as mudanças na área previdenciária.
Ele lembrou que hoje está no Rio de Janeiro e é do Rio Grande do Norte, dois
estados que enfrentam problemas para o pagamento de aposentados. “Tenho
familiares que são aposentados e estão há quatro meses sem receber os salários.
O que acontece no meu estado, aconteceu no Rio de Janeiro, acontece no Rio
Grande do Sul, em Minas Gerais, em Goiás, por isso, a mudança de percepção da
população brasileira”, observou.

Pesquisas

De acordo com o secretário, pesquisas mais recentes mostram a mudança de
apoio da população. Segundo ele, uma enquete feita no ano passado apontava a
desaprovação de mais de 70% dos entrevistados à reforma do sistema
previdenciário, e em uma outra pesquisa realizada esta semana, empatou em 45%
entre os a favor e os contra. “Nossa tarefa é traduzir a narrativa. É muito
fácil pegar um ou outro ponto do projeto e sair gritando como mantra ‘isso aqui
está sendo contra os pobres’”, disse.

Marinho acrescentou que corporações, que não revelou quais, não reclamam
claramente sobre a perda de regalias que têm nas aposentadorias, mas fazem
críticas a outros pontos da proposta. “Eles estão dizendo publicamente o
seguinte: estamos preocupados com o BPC [Benefício de Prestação Continuada pago
a idosos e pessoas com deficiência], estamos preocupados com o aposentado
rural. Essa tem sido a cantilena. Isso tem sido o mantra e vem principalmente
das corporações que estão se aproveitando desses pontos para dizer que a
reforma é contra o pobre. Não, pelo contrário, [a reforma] faz com que a maioria
da população, dos contribuintes, que hoje são mais de 20 milhões pagando uma
alíquota de 8% passem a pagar 7,5%, e quem recebe acima do teto, porque teve
uma sentença judicial que contradisse, inclusive, a constituição brasileira que
impede que se ganhe acima do teto do STF, pague 22%”, disse. “Quem tem mais,
paga mais, quem tem menos paga menos”, concluiu. (Agência Brasil)

 

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