Justiça instaura inquérito para apurar irregularidades em programa habitacional

Programa que seria destinado para pessoas de baixa renda era aberto para participação de todos os servidores do município e o público em geral

Postado em: 08-03-2019 às 16h00
Por: Redação
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Programa que seria destinado para pessoas de baixa renda era aberto para participação de todos os servidores do município e o público em geral

Eduardo Marques

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) instaurou um inquérito civil público para apurar possível ato de improbidade administrativa nos processos envolvendo a Prefeitura de Goianésia e a empresa CTH Construtora, escolhida para construir unidades habitacionais. Segundo o inquérito, o programa foi criado em 8 de junho de 2018, por meio da Lei Municipal nº 3.616 e, embora apontasse como objetivo inicial implementar habitação popular que seria construída por empresa privada após processo seletivo, não se trata de um programa de habitação popular para pessoas de baixa renda, antes, é aberto para participação de todos os servidores do município e o público em geral.

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O promotor de Justiça Antônio de Pádua Freitas Júnior aponta que não foram mencionadas na lei critérios ou requisitos a serem observados na aquisição dos imóveis. Além disso, o texto que fundamenta o programa também estabelece que o Poder Executivo poderia conceder suporte financeiro aos beneficiários do programa, sem mencionar o orçamento específico deste gasto e de onde sairiam esses recursos.

O inquérito ressalta que, apesar de a lei citar repetidas vezes um processo seletivo que seria feito para a escolha da empresa privada responsável por construir e comercializar as moradias, não existem informações acerca da existência de processo licitatório. A escolha da CTH Construtora e a venda da área destinada para a construção foram feitas de forma confusa e oficializadas por meio de um edital de chamamento público, modalidade considerada inadequada para o fim pretendido. O edital também previa que, em vez da venda, o terreno seria doado à construtora, o que é vedado pela Lei de Licitações.

O promotor determinou que os investigados sejam notificados para prestarem esclarecimentos em um prazo de dez dias. No comunicado, o promotor de justiça pediu para que seja expedido um ofício ao presidente da Câmara Municipal de Goianésia solicitando cópia das atas das sessões realizadas para a votação da lei que criou o programa e um ofício ao Cartório de Registro de Imóveis solicitando a certidão de inteiro teor do imóvel destinado a construção das moradias.

A equipe de reportagem do jornal O Hoje entrou em contato com a Prefeitura de Goianésia e a construtora, porém não obteve resposta. O espaço continua aberto para apresentação das defesas, por isso a matéria poderá ser atualizada. 

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