CCJ está sem clima para discutir Reforma da Previdência

Presidente da Comissão de Constituição e Justica e de Cidadania (CCJ) acredita que o governo deve abrir as portas para dialogar com líderes partidários

Postado em: 25-03-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Presidente da Comissão de Constituição e Justica e de Cidadania (CCJ) acredita que o governo deve abrir as portas para dialogar com líderes partidários

Raphael Bezerra*

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara, deputado Felipe Francischini (PSL-PR), deve aguardar uma “melhora no cenário político”, para definir o relator da Reforma da Previdência. O governo Bolsonaro sofreu diversas baixas na semana passada com o embate entre o chefe do executivo e o presidente da Câmara dos Deputados Federais, Rodrigo Maia (Democratas). Presidente da casa chegou a ameaçar abandonar as articulações do governo, mas recuou e afirmou, no final da semana, que o governo não pode mais terceirizar o serviço de aprovar a reforma.

O presidente da CCJ, avaliou que, na última semana, houve deterioração da relação do Congresso com o Executivo. Francischini almoçou na última sexta-feira (22) com o ministro da Casa Civil, OnyxLorenzoni, que se comprometeu com a construção da base aliada e a consolidação da articulação política do governo no Congresso Nacional.Francischini prometeu cautela e quer aguardar a “melhora no cenário político” para anunciar o relator da reforma da Previdência. “Quero tomar decisão que não cause transtorno ou erros na tramitação”, ponderou.

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“Os esforços serão grandes na semana que vem para organizar uma base parlamentar mais sólida e coesa”, informou Francischini. Para ele, o Palácio do Planalto “deve abrir as portas para dialogar com líderes partidários”.

O presidente da CCJ prevê ainda que se não houver condições políticas de maioria para votar na comissão o governo deve se enfraquecer ainda mais nas próximas semanas. Ele acreditar que deve haver maior celeridade no processo de escolha do relator mas que isso só vai acontecer “com uma base do governo organizada e coesa”. “Se não houver condição política de maioria para votar na comissão, o ambiente será de enfrentamento”.

Francischinidiz ainda que conta com nomes de peso para assumir a relatoria do projeto na CCJ, sobretudo, ele deseja evitar discordâncias na discussão do projeto para que ele chegue ao plenário fortalecido. “São deputados juristas, de grande envergadura jurídica, mas quero evitar discordâncias”, disse.

Filhos atrapalham

A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), disse estar trabalhando para “sanar um ou outro ruído” em torno da negociação da reforma da Previdência.

Questionada pela imprensa se esse ruído teria sido provocado por um tweet de Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, sobre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ela informou que “não tem função de comentar tweet de filho de presidente”.

Para a deputada, o “começo espinhoso” na articulação da votação da reforma da Previdência será resolvido com as futuras negociações. “Temos bombeiros para apagar o fogo, junto com o ministro Onyx, trabalho para que o caminho seja o mais tranquilo possível”, afirmou.

Hasselmann esteve com Rodrigo Maia e informou que ele não desistirá da reforma. “É uma das peças mais importantes nessa negociação. Nós estamos pacificando este momento”, declarou.

Para ela, o ruído nas redes sociais tem vindo de pessoas de fora do governo, que “estão atacando líderes e o presidente da Câmara, e isso gera desgaste”. A própria líder informou ter feito um tweet em resposta às hashtags que afirmavam que Maia estaria contra a reforma.

A deputada prometeu intensificar na semana que vem encontros de ministros com bancadas regionais e partidárias e disse que o PSL deve ser o primeiro partido a fechar questão em torno da reforma da Previdência, apesar de “críticas pontuais à proposta”. (* Especial para O Hoje)

 

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