Ex-chefe de gabinete de Marconi Perillo é um dos presos na Operação Decantação

Além de Luiz Alberto de Oliveira (Bambu), a Polícia Federal também prendeu sua filha, Gisella Albuquerque, com R$ 800 mil em espécie e armas

Postado em: 28-03-2019 às 10h05
Por: Suzana Ferreira Meira
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Além de Luiz Alberto de Oliveira (Bambu), a Polícia Federal também prendeu sua filha, Gisella Albuquerque, com R$ 800 mil em espécie e armas

Luiz Alberto de Oliveira (Bambu) é um dos presos na Operação Decantação 

Da Redação

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Na Operação Decantação, deflagrada nesta quinta-feira (28), pela Polícia Federal, em Goiânia e em Aparecida de Goiânia, os policiais prenderam cinco pessoas. Entre elas estão o ex-chefe de gabinete do ex-governador Marconi Perillo (PSDB), Luiz Alberto de Oliveira (Bambu). Gisella Albuquerque, filha de Bambu, também foi presa e com ela, apreendido R$ 800 mil em espécie, além de seis armas. O ex-diretor financeiro da Saneamento de Goiás (Saneago), Robson Borges Salazar, o empresário Carlos Eduardo Pereira da Costa e Nilvane Tomás de Sousa Costa também tiveram mandado de prisão cumpridos. 

De acordo com denúncia do MPF, Carlos Eduardo Pereira da Costa, um dos
presos é também um dos donos da empresa Sanefer, uma das que presta serviço à
Saneago. Segundo informações, a mesma foi beneficiada com contratos que
ultrapassam R$ 200 milhões nos últimos anos. A mesma companhia fez várias
doações de dinheiro e até mesmo avião para campanhas eleitorais.

Costa também é apontado como doador de altos valores para campanhas
políticas de diversos candidatos nas eleições de 2006 a 2014. A suspeita é que
parte da verba paga pela Saneago à Sanefer era usada para o financiamento das
candidaturas, impedindo o rastreamento da verdadeira origem dos valores.

Sobre a Operação

Segundo a PF, a ação surgiu a partir da análise de materiais apreendidos
na primeira fase, deflagrada em 2016. Na ocasião, foi desarticulada uma célula
criminosa responsável pelo desvio de R$ 4,5 milhões da Saneago.

Na análise, foi constatado que três empresas, de um único dono, foram
beneficiadas em contratos junto à companhia de saneamento, mesmo com
impedimentos fiscais e não sendo especialistas na prestação dos serviços
demandados, o que indica direcionamento de licitação.

Segundo as investigações, parte dos recursos recebidos pela prestação de
serviços à Saneago era repassada para o chefe de gabinete do então governador
do Estado. Foi apurado ainda que o ex-vice-governador teria utilizado, por
diversas vezes, uma aeronave de propriedade de uma das empresas beneficiadas
pelos contratos.

A PF diz que há indícios de que as empresas também eram utilizadas para
lavagem de dinheiro, uma vez que ficou comprovada transferência de valores na
ordem de R$ 28 milhões entre o chefe de gabinete do ex-governador e a conta de
uma das empresas. 

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