Operação Decantação 2 leva cinco à cadeia e apreende R$ 1,8 milhão

A justiça também determinou o bloqueio de 65 imóveis avaliados em R$ 35 milhões

Postado em: 28-03-2019 às 12h15
Por: Suzana Ferreira Meira
Imagem Ilustrando a Notícia: Operação Decantação 2 leva cinco à cadeia e apreende R$ 1,8 milhão
A justiça também determinou o bloqueio de 65 imóveis avaliados em R$ 35 milhões

Suzana Meira

Durante a segunda fase da Operação Decantação, realizada na manhã desta
quinta-feira (28), foram apreendidos R$ 1,8 milhões em duas residências
localizadas em Goiânia e Aparecida de Goiânia, seis armas. A justiça também
determinou o bloqueio de 65 imóveis avaliados em R$ 35 milhões. A
operação conta no momento com cinco prisões temporárias, sendo uma em flagrante
por posse de arma de fogo.

Continua após a publicidade

De acordo com o delegado de Polícia Federal (PF) Charles Gonçalves Lemes,
responsável pela investigação, a segunda fase da operação foi realizada através
de análise de documentos e mídias aprendidas, com cruzamento de dados fiscais e
bancários dos primeiros alvos da operação. “As investigações mostram que houve
um nítido favorecimento há três empresas, juntamente em contratos com a
Saneago. Tudo isso com apoio do ex- chefe de gestão coorporativa da Saneago. Os
apoios eram prestados nas contratações e ordens de pagamento”, afirmou.

Ainda segundo o delegado, o ex-chefe de gestão foi uma pessoa alocada
pelo ex- chefe de gabinete do ex- governador Marconi Perillo, Luiz Alberto de
Oliveira (Bambu). “Ele estava trabalhando para defender interesses das empresas
e do mesmo. Além do ex-chefe ser apontado pela PF como sócio oculto do grupo de
três empresas, ele também fazia uso da situação para lavar dinheiro de origem
desconhecida”, informou.

As três empresas, não nomeadas, são de propriedade de um único casal,
também não identificados. “Toda essa ação contou com o apoio de um servidor da
Saneago, que ocupava na época, a diretoria da gestão coorporativa da empresa,
alocado também na Saneago para defender interesses do ex-chefe de gabinete e
interesse das empresas”, afirmou.

Charles ressaltou que o ex-chefe de gabinete da governadoria criou duas
empresas de fachadas na própria casa para lavagem de dinheiro desviado de
contratos e outros valores de origem desconhecida. “As investigações mostram
dezenas de movimentações atípicas”, apontou.

Gisella Albuquerque

A filha do o ex-chefe de gabinete do ex-governador Marconi Perillo
(PSDB), Luiz Alberto de Oliveira (Bambu), Gisella Albuquerque, teve a prisão
preventiva efetuada, e junto com ela, foi apreendido R$ 800 mil.

Além desse valor, o delegado Charles Gonçalves ressaltou que essa é
apenas mais uma movimentação de outras realizadas no passado.

Em 2014, Gisella fez uma única transferência de R$ 15 milhões de uma
empresa de fachada, que seu pai, Luiz Alberto, ex-chefe de gabinete do
ex-governador, mandou para uma das contas dessas empresas, além de R$ 13
milhões que foram transferidos em apenas uma movimentação.

O investigador ressaltou que Gisella era chefe de comunicação da
governadoria até meados de 2018, no distrito federal. Informou também que a
mesma foi surpreendida em movimentações atípicas de R$ 10 milhões em 2010. No
período, Gisella recebia um salário de R$3.700,00 e em dois dias sacou três
milhões de sua conta pessoal. “Durante esse tempo, a investigação verificou
veemente que ela movimentou atipicamente R$ 28 milhões”, afirmou.

Nota da Saneago

Em relação à operação deflagrada pela Polícia Federal, na manhã desta
quinta-feira, relacionada a fatos ocorridos no período de 2012 a 2016, a
Saneago destaca que a atual gestão da Empresa tem priorizado a implantação das
melhores práticas de governança e compliance, para garantir a lisura em todos
os processos da Companhia.

Dentre as ações tomadas está a criação da Superintendência de
Governança, unidade responsável pela implantação de uma série de políticas
estratégicas, como a Política de Alçadas, documento que normatiza a tomada de
decisões pela Diretoria Colegiada, a Política de Prevenção de Conflito de
Interesses, em conformidade com o Código de Conduta e Integridade da Companhia,
Política de Transações com Partes Relacionadas e a Política de Prevenção de
Atos de Corrupção.

A Empresa informa ainda que permanece prestando toda a colaboração
necessária às investigações.

*A reportagem do O Hoje tenta localizar a defesa dos envolvidos. 

 

Veja Também